Um dos mais geniais poetas brasileiros do século 20, Carlos Drummond de Andrade, dedicou um de seus poemas mais célebres ao caráter intangível e plural da verdade. "A porta da verdade estava aberta", começa ele, "Mas só deixava passar/ Meia pessoa de cada vez". Mais adiante, ele prosseguia: "Derrubaram a porta,/Chegaram ao lugar luminoso,/Onde a verdade esplendia seus fogos. Era dividida em metades/Diferentes uma da outra". Esse endereço poético é a mais bela metáfora para este festival.
Drummond é um dos protagonistas da Retrospectiva Brasileira deste ano. "Poesia É Verdade" convida a conhecer, em 15 títulos, como o documentário nacional tem respondido ao desafio maior de captar em imagem e movimento a força da arte e dos artistas da palavra. Um dos faróis desta seleção é um ensaio acadêmico de outra poeta igualmente celebrada neste ciclo, Ana Cristina César. Nenhuma surpresa.
Poetas miram sempre a essência. Quando seus altos padrões de exigência são partilhados por documentaristas, germinam os grandes filmes. A nova safra brasileira e internacional apresentada nesta edição, em competição e fora dela, é pródiga em títulos assim.
A cineasta russa Marina Goldovskaya, em mais de quarenta anos de carreira, fez também seu este desafio. Homenageada em seu 70º. aniversário com nossa Retrospectiva Internacional, Marina extrai encanto ao registrar vidas cotidianas assaltadas pelos ventos da História. Uma mulher e suas (mutantes) câmeras de filmar. Tanta violência, tanta ternura.
Aos cineastas, produtores e técnicos que nos confiaram suas obras, reafirmo a mais profunda gratidão de toda equipe deste festival. Não menos efusivos são nossos agradecimentos às instituições correalizadoras do É Tudo Verdade.
O professor Antoine Chareyre, da Universidade de Grenoble, organizou a edição bilingue (francês-português) do Poesia Pau Brasil e do Manifesto da Poesia Pau Brasil, de Oswald de Andrade, publicado por Éditions de la Différence.
O professor Chareyre, que é “Mapeado” do Conexões Itaú Cultural, escreveu também o Prefácio e notas para a edição. Os dois livros seminais de Oswald de Andrade ganham uma bela versão francesa.
Thiago Pethit e Alice Braga arrasaram... a canção é uma delícia e ela ficou tão naturalmente sexy e encantadora, maquiagem meio borrada, dançando descalça, com um olhar provocantemente inocente... gostei demais!
“Dessa caixa encantada de canto-palco, que só mago tira pombo de fogo e sol das mãos, já vi um legato de gênios soltar os batentes. Vi nego deitá e rolá, tirá leite de aço, dó de marfim, pelo de martelo, sustenido de ébano e muita pedra de poesia. Dali, já vibrou coisa que nem Bobby McFerrin, Michael Winslow e a Mãe Natureza, juntos, sabem imitar. Façanhas que transcendem de Barnabé, Braga, Taubkin, Tsuda, Ayres, Freitas, Marques, Mehnari, Gismonti, Pascoal – muita lente pra minha luneta! – Quem nunca foi à Francisca nessas horas de sostenuto, vá e saia com a própria casa a reverberar. Reverberalma. É só desligar o celular, esfregar lâmpadas do imaginário, lançar-se pelas sete oitavas e compreender o emudecer-se do silêncio na saída.:
Pelo predomínio da quantidade, o “mailartista” apropria-se do mundo da informação que está a seu dispor, daí o informacionismo em ritmo de bricolagem retórica e semântica; o artesanato postal como colagem de informações em espírito de mistura.
Mail art can be just about any type of art including painting, water color, pencil, marking pen, collage, rubber stamp, or photograph on an envelope, postcard, package, or other medium. It can also be a three-dimensional piece. Any piece of art that is itself stamped and addressed. Normally, the art is not enclosed in an envelope or package, but rather is on the envelope or package. Ideally we can hang the piece on the wall or display it on a shelf just as it arrives through the mail. You can also design your own postage stamps, perhaps for a country that you make up.
A mail art envelope from the Ben Franklin mail art event
Banda inglesa ícone da cena gótica dos anos 1980 fará shows no país em setembro ou outubro de 2011.
Depois do Gang of Four, outra das mais importantes bandas do pós-punk inglês acerta shows no Brasil. The Cure chega no final de setembro/início de outubro como parte de uma turnê sul-americana que passa ainda por Argentina, Chile e possivelmente mais países. Cidades e locais serão definidos a partir do momento em que se tiver o desenho completo da turnê.
A banda comandada pelo cantor e guitarrista Robert Smith, 51, fez enorme sucesso nos anos 1980. Emplacou nas paradas músicas como "Boys Don't Cry", "Close to Me" e "In Between Days".
O CD mais recente é 4:13 Dream, de 2008.
O Cure veio ao Brasil pela primeira vez ainda na época em que estava no auge, no final dos anos 1980. Na década seguinte, passou por aqui em 1996, quando foi uma das atrações do extinto festival Hollywood Rock.
Dica
Em dezembro do ano passado, Smith indicou, no site oficial do Cure, que a banda poderia vir à América do Sul em 2011. Citando aquela que seria a única apresentação do grupo na Europa, neste ano, o grupo escreveu "se você mora na América do Sul, deve esperar um pouco antes de comprar seu ingresso para esse show na Inglaterra". - BandNews
O título do filme gritou essa pergunta para mim na prateleira da videolocadora e, depois de um turbilhão de lembranças comprimidas em alguns segundos, eu disse a mim mesma: ok, sei que vou chorar, mas preciso ver esse filme.
Por trás da pergunta sugestiva que dá título ao filme dirigido por Anand Tucker em 2007, está a história real do poeta e crítico literário britânico Blake Morrinson e do seu pai, Arthur. E qual é a história? Após a notícia de que seu pai sofre de um câncer devastador, Blake (interpretado por Colin Firth) revê a trajetória da sua relação com o pai, um sujeito pouco convencional e por vezes politicamente incorreto, com quem viveu uma relação conturbada mas nem por isso menos amorosa.
Pequenas trapaças, piadas mal colocadas, uma amante onipresente são as coisas que, num primeiro momento, aparecem com maior relevo a respeito do cárater de Arthur (o sensacional Jim Broadbent). Porém se fosse apenas isso o personagem seria "chapado", desenhado numa única tonalidade. Mas ao contrário, Arthur é também, e apesar das suas contradições, um homem com virtudes inquestionáveis e no qual se percebe um amor incondicional pela família e por aquele filho que nem sempre compreende em suas escolhas (por que Blake escolheu ser poeta e não médico, como pai, por exemplo).
É um filme sobre o amor, seus encontros e seus desencontros. E é também um filme que fala como o impacto da morte de um ente querido nos leva a uma viagem de volta ao passado, tanto aquele mais recente quanto o passado mais remoto. O que poderia soar como clichê num filme com essa temática é anulado diante de uma narrativa que opta por uma certa fusão entre o passado e o presente, quase uma simultaneidade entre os fatos. Daí que numa mesma cena teremos o olhar de Blake adulto, jovem e criança, numa superposição muito competente de tempo e de desdobramento de personagem. Destaque ainda para as atuações de Matthew Beard (Blake adolescente) e de Juliet Stevenson.
Fotografia e trilha sonora complementam a delicadeza desse filme que trata a morte com toda a emoção que o tema pede sem, no entanto, se derramar no melodrama. O aspecto ao mesmo tempo reverente e corriqueiro colocam o fato inexorável no lugar a que ele pertence, o cotidiano da vida.
O filme é tocante e a pergunta se refere à última vez em que você, espectador, viu o seu pai com toda a potencialidade de suas virtudes e defeitos por uma última vez.
É a pergunta que eu também faço ao leitor desse blog, se ele se sentir à vontade para responder, é claro:
Quando você viu o seu pai pela última vez?
Eu perdi o meu pai em outubro passado. E antes que ele morresse eu o vi ainda em duas ocasiões. A primeira, durante uma semana num hospital em Recife e a última vez, também pelo mesmo período de tempo, num hospital em Arcoverde. Mas a última vez em que o vi de verdade, a última vez em que ele ainda estava lá, foi quando fiquei com ele numa tarde pontuada de algumas conversas, algum silêncio, e na qual ele me orientou em coisas práticas para o auxiliar. Ele havia saído quase que por milagre da UTI depois de uma sequência absurda de cirurgias.
Um mês depois, o pai que vi de memória oscilante e para o qual eu disse um "eu te amo" de despedida, não era aquele pai de sempre, tão senhor de si e sempre tão forte. Era esse um pai já em caminho, já de viagem.
O pai que eu toquei no caixão, já não era, já não estava.
De tudo fica o pai que tento reconstruir com os fragmentos da memória desde então. O pai que permanece e que paradoxalmente fragmentário nem por isso é menos inteiro. Um pai quase que onipresente em tudo o que faço e às vezes me pego ouvindo na minha voz a tonalidade da voz dele.
Fazia tempo que eu não sentia esta paixão doentia. Fazia tempo que eu não me sentia incendiar. Fazia tempo que eu não me permitia, ler nas mais diversas horas do dia, um livro novo querendo acabar, mas não querendo terminar....
É uma sensação sem igual.
Ando assim agora, seguindo um escritor morto, catando-o por aí, buscando-o incessantemente.
Sándor Márai, virou meu novo amor. E, não sei onde vai parar esta paixão, mas já li 3 livros e em cada um mais me encontro, mais me entrego, mais me deixo levar...
"Lavoura Arcaica" - Raduan Nassar "Grande Sertão: Veredas" – Guimarães Rosa "Angústia" - Graciliano Ramos "Os dragões não conhecem o paraíso" - Caio F. Abreu "A hora da estrela" - Clarice Lispector
Acrílico sobre papel, releitura do livro "Lavoura Arcaica" - 2005
Raduan Nassar foi uma paixão a primeira vista. Ao ler as primeiras páginas, fui tomada de vertigem e senti-me acometida de brujerias. É coisa antiga, leitura daquelas que você nem lembra como começou (embora dele, eu nunca me esqueça). Nunca o vi em rodas literárias. Recluso, é um homem que fala com pássaros e pelo que sei com galos e cachorros. Arredio, não está na mídia. Recolheu suas palavras e guardou no tempo o instante certo de virar herói.
De vez em quando, releio baixinho, Hoje de Madrugada...
Hoje de Madrugada (Raduan Nassar)
O que registro agora aconteceu hoje de madrugada quando a porta do meu quarto de trabalho se abriu mansamente, sem que eu notasse. Ergui um instante os olhos da mesa e encontrei os olhos perdidos da minha mulher. Descalça, entrava aqui feito ladrão. Adivinhei logo seu corpo obsceno debaixo da camisola, assim como a tensão escondida na moleza daqueles seus braços, enérgicos em outros tempos. Assim que entrou, ficou espremida ali ao canto; me olhando. Ela não dizia nada, eu não dizia nada. Senti num momento que minha mulher mal sustentava a cabeça sob o peso de coisas tão misturadas, ela pensando inclusive que me atrapalhava nessa hora absurda em que raramente trabalho, eu que não trabalhava. Cheguei a pensar que dessa vez ela fosse desabar, mas continuei sem dizer nada, mesmo sabendo que qualquer palavra desprezível poderia quem sabe tranqüilizá-la. De olhos sempre baixos, passei a rabiscar ao verso de uma folha usada, e continuamos os dois quietos: ela acuada ali no canto, os olhos em cima de mim; eu aqui na mesa, meus olhos em cima do papel que eu rabiscava. De permeio, um e outro estalido na madeira do assoalho.Não me mexi na cadeira quando percebi que minha mulher abandonava o seu canto, não ergui os olhos quando vi sua mão apanhar o bloco de rascunho que tenho entre meus papéis. Foi uma caligrafia rápida e nervosa; foi uma frase curta que ela escreveu, me empurrando o bloco todo, sem destacar a folha, para o foco dos meus olhos: "vim em busca de amor" estava escrito, e em cada letra era fácil de ouvir o grito de socorro. Não disse nada, não fiz um movimento, continuei com os olhos pregados na mesa. ?
Mas logo pude ver sua mão pegar de novo o bloco e quase em seguida me devolvê-lo aos olhos: "responda" ela tinha escrito mais embaixo numa letra desesperada, era um gemido. Fiquei um tempo sem me mexer, mesmo sabendo que ela sofria, que pedia em súplica, que mendigava afeto. Tentei arrumar (foi um esforço) sua imagem remota, iluminada; provocadoramente altiva, e que agora expunha a nuca a um golpe de misericórdia. E ali, do outro lado da mesa, minha mulher apertava as mãos, e esperava. Interrompi o rabisco e escrevi sem pressa: "não tenho afeto para dar", não cuidando sequer de lhe empurrar o bloco de volta, mas nem foi preciso, sua mão, com a avidez de um bico, se lançou sobre o grão amargo que eu, num desperdício, deixei escapar entre meus dedos. Mantive os olhos baixos, enquanto ela deitava o bloco na mesa com calma e zelo surpreendentes, era assim talvez que ela pensava refazer-se do seu ímpeto.Não demorou, minha mulher deu a volta na mesa e logo senti sua sombra atrás da cadeira, e suas unhas no dorso do meu pescoço, me roçando as orelhas de passagem, raspando o meu couro, seus dedos trêmulos me entrando pelos cabelos desde a nuca. Sem me virar, subi o braço, fechei minha mão ao alto, retirando sua mão dali como se retirasse um objeto corrompido, mas de repente frio, perdido entre meus cabelos. Desci lentamente nossas mãos até onde chegava o comprimento do seu braço, e foi nessa altura que eu, num gesto claro, abandonei sua mão no ar. A sombra atrás de mim se deslocou, o pano da camisola esboçou um vôo largo, foi num só lance para a janela, tinha até verdade naquela ponta de teatralidade. Mas as venezianas estavam fechadas, ela não tinha o que ver, nem mesmo através das frinchas, a madrugada lá fora ainda ressonava.
Espreitei um instante: minha mulher estava de costas, a mão suspensa na boca, mordia os dedos.Quando ela veio da janela, ficando de novo à minha frente, do outro lado da mesa, não me surpreendi com o laço desfeito do decote, nem com os seios flácidos tristemente expostos, e nem com o traço de demência lhe pervertendo a cara. Retomei o rabisco enquanto ela espalmava as mãos na superfície, e, debaixo da mesa, onde eu tinha os pés descalços na travessa, tampouco me surpreendi com a artimanha do seu pé, tocando com as pontas dos dedos a sola do meu, sondando clandestino minha pele no subsolo. Mais seguro, próspero, devasso, seu pé logo se perdeu sob o pano do meu pijama, se esfregando na densidade dos meus pêlos, subindo afoito, me lambendo a perna feito uma chama. Fiz a tentativa com vagar, seu pé de início se atracou voluntarioso na barra, e brigava, resistia, mas sem pressa me desembaracei dele, recolhendo meus próprios pés que cruzei sob a cadeira. Voltei a erguer os olhos, sua postura, ainda que eloqüente, era de pedra: a cabeça jogada em arremesso para trás, os cabelos escorridos sem tocar as costas, os olhos cerrados; dois frisos úmidos e brilhantes contornando o arco das pálpebras; a boca escancarada, e eu não minto quando digo que não eram os lábios descorados, mas seus dentes é que tremiam.Numa arrancada súbita, ela se deslocou quase solene em direção à porta; logo freando porém o passo. E parou. Fazemos muitas paradas na vida, mas supondo-se que aquela não fosse uma parada qualquer, não seria fácil descobrir o que teria interrompido o seu andar. Pode ser simplesmente que ela se remetesse então a uma tarefa trivial a ser cumprida quando o dia clareasse. Ou pode ser também que ela não entendesse a progressiva escuridão que se instalava para sempre em sua memória. Não importa que fosse por esse ou aquele motivo, só sei que, passado o instante de suposta reflexão minha mulher, os ombros caídos, deixou o quarto feito sonâmbula.
O texto acima foi extraído dos "Cadernos de Literatura Brasileira", Instituto Moreira Salles - Rio de Janeiro, exemplar número 2 de setembro de 1996, pág. 56.
Palestra de Ademir Assunção sobre Torquato Neto no dia 22 de março, às 19h, no Centro Cultural São Paulo. O programa faz parte do ciclo mensal Poetas de Cabeceira.
Poetas de Cabeceira é um ciclo mensal de palestras em que um convidado falará sobre o seu poeta favorito, abordando biografia do autor, contexto histórico, análise da obra e leitura comentada de poemas do autorm. O objetivo da atividade é levar ao público jovem informações sobre autores importantes da literatura brasileira e internacional.
“No teu cabelo negro brilham estrelas cadentes, arredias. Para onde irão elas ...tão cedo, resolutas? – Vem, deixa eu lavá-lo, aqui nesta bacia ...amassada e brilhante como a lua.”
Ontem à noite (sexta-feira) enquanto o marido aquecia as panelas para preparar umas delícias e eu bebericava no balcão da cozinha, ele me perguntou quem é o escritor da atualidade que eu daria tudo para escrever ao lado dele... não me importando se era dia ou se era noite, sem cobrar, sem pagar, apenas para estar ali absorvendo o máximo possível ... vivendo.
Estou matutando até a agora... porque sinceramente, quase todos que eu daria tudo para estar por perto, estão mortos. E, alguns vivos que admiro muito como escritores, depois do advento internet (facebook / twitter / blogs / etc) continuam insuperáveis nas palavras, mas são tão mesquinhos e banais na vida virtual (quase real!) que não tenho vontade nenhuma de aprender quase nada com eles...
Quando eu penso em alguém que gostaria de conviver para apre(e)nder, eu penso não só nas palavras, penso também na vida, no que eu poderia captar além da escrita. Eu preciso de encantamentos, de paixão violenta. Não importa o sexo, a idade, a escrita. Poderia ser Anais Nin, poderia ser Bocage, o Sàndor Màrai, o Saramago, o Leminski, poderia ser até o Manoel de Barros.
Mas, qualquer um deles, precisaria (para mim) ser insuperável na arte de viver e escrever.
Não gosto de gente fake, de personagens criados para agradar o público, de escritor pré-fabricado que frequenta cursinho para aprender a escrever e depois publica o que acredita ser um grande livro. Não gosto, não gosto mesmo (e me desculpem os amigos que dão estes tais cursos e formam uma legião de escritores massificados "todos iguais, todos iguais, mas uns mais iguais que os outros").
Gosto de quem me esbofeteia literariamente ou me faz adormecer com sensibilidade e calmaria. Raduan Nassar ou Hilda Hilst. Fernando Pessoa ou Emily Bronte. Augusto dos Anjos ou Samuel Beckett. Há uns tantos que eu seguiria por aí, correria atrás, me devotaria.
Por isso, talvez, hoje uma das pessoas que mais admiro e gostaria de ver ainda escrevendo uma obra genial é um escritor chamado Ademir Assunção.
Ainda ontem, falando sobre ser ou não ser nas redes sociais, meu marido me perguntou "mas, independente da pessoa estar aquém do que você imagina, você acredita que ela seria capaz de receber dinheiro para fazer diferente o que de forma sincera e bombástica faria ?"
Poucos não seriam traídos, poucos não se venderiam... mas o Ademir, eu acredito, seria um destes poucos. E, eu ainda acredito num livro arrebatador dele, daqueles, da galeria dos memoráveis, feito saco de pancada, feito saco de rato, feito uma rebelião... na zona fantasma.
No final de semana, revendo fotos e sorrisos antigos, minha mãe me perguntou se eu era aquela mesma... moça ? Não, não sou. Nem poderia, eu acho, pensei. Mas ainda quero ser, aquela... a mesma, a moça, da foto. Sim, a que ela gerou, criou e qual ama incondicionalmente e para a qual faz bolinhos de chuva delíciosos quando chove e é carnaval!
E respondendo a pergunta, só uma parte mínima, sobre a filha dela...
É uma moça, de letras, sem rimas e que chora.
Escritora Anônima de Cartas Alheias.
Cultiva as lembranças, como bem maior.
Guarda as pessoas em relicários sagrados.
Não fez (e não faz) metade das coisas que deseja.
Mas, faz o que quer, com quem quer, quando pode.
É feliz aos poucos, porque demais, tem medo.
Não agradece muito a Deus, porque não pede quase nada. Só deseja que a família esteja protegida, bem protegida e unida. Só isso, de verdade. E, toma muito cuidado pra não chamar atenção divina sobre sua vida, que é boa, sem sustos, sem infelicidades.
Claro, que se pudesse, já teria viajado pelo mundo inteiro, conhecendo muitos outros seres e tendo assim, um livro inteiro de vivências pra contar e guardar.
Claro, que não podendo, cria, inventa, reinventa, refaz, desfaz, configura, fantasia, despe, transmuta e interpreta "Se eu seria personagem".
Acha mesmo que poderia ser um tanto de vários filmes, de vários livros, de várias músicas... nem gente precisava ser...
As pessoas que a conhecem, pessoalmente, são tocadas em algum momento por alguma mágica ao acaso. Não importa quando, nem como, ela apenas fragmenta um segundo e o transforma em eterno (naquele desejo mais intenso que o outro quer e não sabe como fazer).
Ela faz, adivinha, prepara, transforma o sonho mínimo em mínima realidade. Mesmo que seja rápido, mesmo que não fique gravado para ninguém ver. Ela tenta, sempre, ilusionar tudo...
Porque é assim que gosta de viver a vida, criando saudades.
De saudades também, quase morre. Às vezes, passa meses sem sentir. Daí, de repente, do nada, alguma coisa a toca, feito vaga-lume, feito sereno e o peito cai doente e ela sente febres por dentro e o coração cresce, se avoluma, e ela tira tudo e nem respira direito e tudo fica turvo e os olhos parecem estar cheios de pedrinhas e então ela chora, chora muito... tudo assim, de uma vez só, sem pausa... até ficar um vazio lá dentro, e então a dor passa e ela abre a geladeira e pega um suco para beber. E, a saudade fica dormindo de novo por tempo indeterminado.
É do pai, todas as dores que sente. Imensas saudades, tipo navio no fim do mundo em busca daquele moço que partiu para a terceira margem do rio. Nem pensa se um dia se encontrarão novamente, sabe apenas, que tiveram a sorte de se encontrar nesta vida (que é a única que ela conhece e que tem certeza, nasceu pra viver).
E, se hoje, ela tem tantas coisas boas pra guardar e lembrar, é porque este pai cultivou nela um jardim imenso de maravilhas.
Sorri assim, sem muitas galhofas.
Não é moça de grandes alardes, de gargalhadas, de carnavais.
É feliz, do seu jeito, do jeito dos que estão por perto, com tudo o que acontece, de uma forma ou de outra.
Não é vítima do mundo, nem de circunstâncias. Tudo é reflexo de suas próprias escolhas. Tendo sido elas, acertadas ou não.
Já escolheu muito, já deixou muitas pessoas escolherem. Acredita que a vida acontece a cada instante. Um dia após o outro. Não adianta ter pressa, milhares de coisas estão acontecendo agora, neste segundo.
Importante é saber que as pessoas passam. Algumas deixam coisas boas, outras só tristezas, outras nem merecem ser lembradas, nem se lembra.
Não gosta de achar que aprendeu com os erros. Tem certeza, com os erros... só perdeu. Perdeu inocência, perdeu amor próprio e perdeu sentimentos nobres.
Era mais pura, idealista e sonhadora há muitos anos atrás. Também sabe, era menos generosa, menos solidária, menos contemplativa e complacente, tem certeza.
Acredita que hoje é melhor do que era antes, porque perdeu a pressa, vive para cada pessoa, cada momento de cada vez.
Tem tempo para amar de várias maneiras (mãe, marido, sobrinhos, irmãos e amigos). Cada qual sabe o jeito que ela tem de amar e é bom se deixar amar, com certeza.
Não acredita em eternidades, nem em nenhum sentimento a todo prova. Acha que o ser humano é falho e não reconhece metade das suas próprias imperfeições.
Não tem medo da própria morte, mas tem medo de sentir dor. E, tem pavor, absoluto, de perder qualquer um daqueles que ela ama.
Pensa muito na Tabacaria do Fernando Pessoa e se apaixona pelos livros intensos que tratam das verdades esquecidas, que os homens de bem esqueceram.
Escreve sem parar, sem parar - lê. Anota muito, perde tudo. Recorta tudo, não cola nada. Fala pouco ao telefone, falaria tudo por carta.
Confia cegamente nos correios. Acredita em poucas pessoas reais. Gosta de algumas pessoas virtuais que de tão reais parecem ser amigas de infância.
Dorme em qualquer lugar, com luz ou sem luz, com som ou sem som. Deve ser a idade, deve ser...
Tira letra de pedra e aparece no Letreira sempre que tem vontade. Às vezes, tem muita vontade e não tem tempo, às vezes, tem tempo e não tem vontade. Como aqui é a casa dela, entra quando quer, abre as janelas quando quer e canta quando tem vontade.
“– É muito dinheiro para uma noite de bebedeira. – O carnaval não dura uma noite – sentenciou Gauna.”
“Melhor romance argentino de todos os tempos” na opinião do escritor portenho Rodrigo Fresán, O sonho dos heróis (Cosac Naify, 2008) narra noites oníricas de carnaval – momentos envoltos em festas e bebedeiras lideradas por Emilio Gauna, jovem mecânico que decide, durante os três dias de festa, dar cabo do dinheiro que ganhara em uma corrida de cavalos. Ao final do processo, o personagem recolhe reminiscências, uma certeza – a de que “nunca sentira tanta dor de cabeça, nem tanto cansaço” – e o desejo, concretizado três anos mais tarde, de relembrar algo muito importante ocorrido na ocasião, mas que não se lembra ao certo o que foi.
Um Beijo que tivesse um blue....Isto é ...imitasse feliz a delicadeza, a sua, assim como um tropeço que mergulha surdamente no reino expresso do prazer. Espio sem um ai as evoluções do teu confronto à minha sombra desde a escolha debruçada no menu; um peixe grelhado um namorado uma água sem gás de decolagem: leitor embevecido talvez ensurdecido "ao sucesso" diria meu censor "à escuta" diria meu amorVer mais
Eu comprei o livro da Andréa Del Fuego, sem querer. Sim, porque não pesquisei pra comprar. Já tinha lido sobre o livro no blog e nos jornais, mas esperei encontrá-lo primeiro. Folhear as páginas, deixar-me ser cativada.
Foi lá no B_Arco, semana passada. Encontrei-o ao acaso. Gostei da primeira página. Comprei.
Eu gosto muito da Andréa. Ela é uma querida, destas que parecem ser da família. Enquanto na internet todo mundo queria ser chata, ela te chamava pra beber um chá, pra partilhar uns segredos. E, tenho certeza, muita gente tomou gosto por esta moça, tomou mesmo...
Eu sim.
Sobre o livro eu vou falar quando terminar (faltam pouquinhas páginas, antes da quarta-feira de cinzas, ele acaba). Achei que era uma boa data para lê-lo. O Carnaval tem destas coisas, destas crenças, destas saudades.
Faz até a gente lembrar de vô e vó, de tempo antigo, de lendas passadas...
por Andréa Del Fuego para o Suplemento Cultural de Pernambuco
Os Malaquias é meu primeiro romance. Ele não surgiu de uma passagem natural do conto ao romance ou de um compromisso literário, um desafio de linguagem como me propus com os livros anteriores. O livro surgiu no seio familiar, uma cobrança interna de outra comarca, a da herança. Comecei a escrever Os Malaquias logo depois que minha avó morreu, no inverno de 2003. Meses depois, fui a Minas Gerais, onde ela vivia, enfrentar a ausência da grande mãe. Numa tarde, percorri com minhas tias a região de Serra Morena, um vale deslumbrante que fica atrás do bairro Buracão, onde minha avó criou os filhos. Voltei certa de que escreveria um romance chamado Serra Morena. O nome ficou na cabeça por bom tempo até que eu tomasse fôlego. A história se iniciaria no acidente natural que vitimou meus bisavós, deixando orfãos os filhos, entre eles, meu avô. Ninguém da família comentava o caso e, numa tentativa de saber mais, meu avô ficou fragilizado e desisti de especulá-lo, era uma memória a que eu não teria acesso. Cada vez que escrevia uma página era tomada por uma eletricidade, inventar um passado de cujo presente faço parte. Da cena real, a tempestade, eu inventaria o segredo dos sobreviventes. Um estado de ficção, onde se suspende a lógica da morte, por exemplo. Passaria uma mão de tinta em fatos, escreveria uma teoria provisória. A pretensão poética e o realismo fantástico, presentes no texto, foram amortecedores emocionais, já que eu estava me olhando no espelho, ocasião em que damos o melhor ângulo. Aos poucos, fui percebendo o que valia a pena e o que servia apenas como andaime para a construção do edifício. A questão, claro, era diferenciar o andaime da parede. Assim que terminei o primeiro tratamento, enlouqueci de emoção, realizada por ter escrito tantas páginas, por chamar aquelas folhas de romance. Não durou muito, fiquei insegura, qualquer peteleco me abalaria. Era um erro achar que a primeira versão seria a definitiva. Abandonei o Serra Morena e fui escrever alguns livros de contos e juvenis. Todos encontraram um caminho, o que me deu uma certeza: cada livro tem seu limite, seus problemas e sua estrada, feito uma pessoa que acaba de chegar ao mundo. Abri a gaveta num verão de 2007 para reler o Serra Morena, já distante emocionalmente da realidade familiar e mais próxima de um compromisso literário. Armada com facão, cortei o matagal, tudo o que camuflava a força da trama. Com a distância, pude perceber que havia sim um romance debaixo daquela montanha de metáforas. Aliás, não consigo me livrar delas nem nesse texto objetivo. Mas para cortar sem dó, negociei, já que a ficção fantástica inundaria de vez o livro, eu manteria os nomes reais. Nico, Júlia e Antônio são os nomes do meu avô e tios-avós. Assim que fiz uma boa reforma no texto, meu tio-avô Antônio faleceu, justamente a presença mais delicada no livro. Toda aquela distância diminuiu em segundos, fiquei novamente diante de um texto tão próximo que meu julgamento ficou abalado e acrítico. Não era só isso, Nico e Júlia são vivos. Júlia, como no livro, teve que voltar à Serra Morena e morar com o irmão. Soube que minha tia caçula leu trechos para o meu avô, ele ouviu em silêncio. Outra tia leu o original em algumas horas, foi seu primeiro livro aos 40 anos, talvez o último, ela não tem o hábito da leitura. O livro deixou-me em dia com a cobrança de fertilidade, de uma pegada no mundo que ligasse meu passo ao deles. Essa sanfona emocional, claro, não me parece o melhor estado na produção de um romance, produto digno de uma disciplina racional, de um cálculo estético, ou seja, de controle. Tive outra experiência similar, escrevi um infantil baseado numa vivência em um sítio, em Ilhabela, e igualmente mantive os nomes reais dos personagens, mas essa é outra história, o sangue não está envolvido, ainda que o real traga algo palpável como a gratidão e a amizade. Daqui por diante, pretendo sair cada vez mais do real, sem que eu me perca e o leitor perceba. Quando Os Malaquias chegou na editora Língua Geral, ainda não estava em seu ponto maduro, o editor, na época o Eduardo Coelho, disse que o Serra Morena tinha qualidades, mas podia melhorar. Eduardo sugeriu cortes precisos, a cada corte, mais evidente ficava a forma. Primeira mudança foi no título, depois ele enviou para alguns leitores e fizemos inúmeras revisões e versões. Em agosto de 2010, Os Malaquias foi lançado. Com muita alegria, venho recebendo resenhas positivas sobre um trabalho que, no meu universo portátil, é um inventário privado.
"O filme mostra a história de três pessoas que são tocadas pela morte de maneiras diferentes, porém as três buscam o caminho da verdade. Por conta disso, a vida dessas três pessoas se cruzam, fazendo assim todos mudarem, radicalmente"
Clint Eastwood está na direção e, o que vemos, são instantes intensos nas interpretações.
Cécile de France, como sempre, está belíssima. E, George McLaren, um mínimo menino no timing perfeito.
Mas, meu sonho e meu desejo é participar da festa carnavalesca de Veneza (que dura 10 dias e onde as noites são repletas de bailes em salões nobres e antigos) . As companhias conhecidas como compagnie della calza realizam desfiles pela cidade e entre as mais conhecidas estão Os Antigos e Os Ardentes.
Os trajes são clássicos. As maschera nobile, ou seja, máscaras nobre, que são as caretas brancas com roupas de seda negra e chapéu de três pontas enchem as ruas e os canais.
É assim, que me imagino no Carnaval. Anônima, atônita, tomada de volúpias e de lembranças antigas. Com meu nobre amado, correndo e me arrastando pelas ruas... pelos bosques... por Veneza..
E, num salão antigo, eu o roubando pelo olhar, para sempre...
Do carnaval mesmo, eu não gosto, eu acho. Ou talvez, o que eu não gosto mesmo, seja o oba-oba "vou botar tudo de fora e desfilar na avenida". Não é pudismo. Longe disso, sou moça "sem-vergonha" sem "falsos pudores". Mas, minha sem-vergonhice passa longe deste carnaval. Minha sem-vergonhice é mental (dúvida de português: agora sem-vergonha é com hífen ou sem hífen ? tô com preguiça de olhar no dicionário... fica assim mesmo).
Eu não tenho medo de multidão, nem de música alta que rasga o céu. Na Bahia, faço como os baianos. Mas, Carnaval para mim, deveria ser todo mundo fantasiado , saindo na rua, feito foliões antigos... aí sim, eu curtiria o Carnaval.
Curto a idéia das marchinhas carnavalescas, curto a idéia da volta ao passado, curto os sambinhas pézinho pra lá, dedinho pra cima... acho um barato, me divirto.
Agora, ligar a tv pra ver este mundo de bundas siliconadas gigantes em 3D na minha sala... curto não... gosto não.
Sempre viajei no Carnaval. Praia, sempre. Beber do mar toda a alegria, pular ondas, fazer folia. Ultimamente, nem viajando estou.
Tentei alugar uma cabana em Campos de Jordão pra levar o marido e fazer o nosso próprio Carnaval, mas até as cabanas estão em falta! Foram reservadas em DEZEMBRO e por preços espetaculares ! Puxa, como é que pode né ? Agora vou tentar no pós-cinzas, quem sabe dá certo...
Enfim, hoje é domingo de Carnaval. Lá fora tá um silêncio gostoso, sem barulho de carro, de buzina. Passarinhos estão cantando, o marido está dormindo gostoso. Tá friozinho, mas não chove. Eu estou fazendo um bolo pra ele acordar com cheiro de casa antiga no ar. Enquanto isto, vou lembrando de onde vem o samba (nem da Globo, nem da Sapucaí, nem do Anhembi).
O samba verdadeiro, é gostoso, tem cadência, malemolência e passa por aqui:
Noel Rosa, Ary Barroso, Lamartine Babo e Braguinha. Antônio Maria, Custódio Mesquita, Dolores Duran, Fernando Lobo, Henrique Vogeler, Ismael Neto, Lupicínio Rodrigues, Batatinha e Adoniran Barbosa. Candeia, Francisco Alves, Mário Reis, Orlando Silva, Silvio Caldas, Aracy de Almeida, Dalva de Oliveira e Elizeth Cardoso . Assis Valente, Ataulfo Alves, Carlos Galhardo, Custódio Mesquita, Dorival Caymmi, Herivelto Martins, Pedro Caetano e Synval Silva, .Cartola, Nelson Cavaquinho e Zé Kéti. Candeia, Monarco, Monsueto e Paulinho da Viola.
A festa carnavalesca surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. A palavra "carnaval" está, desse modo, relacionada com a ideia de deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão "carnis valles", que, acabou por formar a palavra "carnaval", sendo que "carnis" do grego significa carne e "valles" significa prazeres.
Em geral, o carnaval tem a duração de três dias, os dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas. Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são chamados "gordos", em especial a terça-feira (Terça-feira gorda, também conhecida pelo nome francês Mardi Gras), último dia antes da Quaresma.[4] Nos Estados Unidos, o termo mardi gras é sinônimo de Carnaval.
O carnaval da Antiguidade era marcado por grandes festas, onde se comia, bebia e participava de alegres celebrações e busca incessante dos prazeres. O Carnaval prolongava-se por sete dias na ruas, praças e casas da Antiga Roma, de 17 a 23 de dezembro. Todas as actividades e negócios eram suspensos neste período, os escravos ganhavam liberdade temporária para fazer o que em quisessem e as restrições morais eram relaxadas. As pessoas trocavam presentes, um rei era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas (Saturnalicius princeps) e as tradicionais fitas de lã que amarravam aos pés da estátua do deusSaturno eram retiradas, como se a cidade o convidasse para participar da folia.
No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de carnaval incorporaram os baile de máscaras, com suas ricas fantasias e os carros alegóricos. Ao caráter de festa popular e desorganizada juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi tomando o formato atual.
Gostosura viver
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A Bebel me deixa com cara de pastel
Pastel de vento
Que é pra voar lá longe
Onde a tristeza nunca vai me alcançar.
*Pedro Antônio de Oliveira*
A COZINHA DA DOIDIVANA – O LIVRO!
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Doidivana, em breve nas melhores livrarias. O Celso Suarana, meu editor
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em pétalas retidas
beleza que fere
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delicado do vento
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" Alba Frota"
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Telefone: (3662-7198).
Ter. a sex.: 10h às 20h.
Sáb. e dom.: 13h às 17h.
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Tel. 3101-1776
Seg. a sex.: 10h às 18h.
INSTITUTO TOMIE OHTAKE R. Coropés, 88 – Pinheiros
Tel. 2245-1900.
Ter. a dom.: 11h às 20h.
INSTITUTO MOREIRA SALLES – IMS Rua Piauí, 844, 1º andar, Higienópolis
Tel.: 3825-2560; fax: 3661-0984
De terça a sexta, das 13h às 19h;
sábado e domingo, das 13h às 18h.
ITAÚ CULTURAL Av. Paulista, 149
Tel. 2168-1776.
Ter. a sex.: 10h às 21h.
Sáb. e dom.: 10h às 19h.
MAC USP Cidade Universitária Rua da Reitoria, 160 – Cidade Universitária
Telefone: 11 3091.3039
Terça à sexta das 10 às 18;
Sáb, dom/fer das 10 às 16 horas
Segunda-feira fechado.
MAC USP IBIRAPUERA Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº, portão 3
Parque Ibirapuera
Pavilhão Ciccillo Matarazzo, 3° piso
Tel. (5573-9932).
Ter/dom das 10 às 19 horas
Segunda-feira fechado.
MASP Av. Paulista, 1.578,
1º e 2º subsolos e 1º andar
Tel. 3251-5644.
Quinta-feira, das 11h às 20h
Ter/quar/sex/sáb/dom/fer das 11h às 18h
Ingressos: R$15,00 (inteira)
Grátis somente as terças.
FUNDAÇÃO MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664
Barra Funda
Telefone: 11 3823-4600
MIS Av. Europa, 158 – Jardim Europa
Tel. 3062-9197.
Ter. a dom.: 10h às 18h.
MUSEU AFRO BRASIL Pavilhão Pe. Manoel da Nóbrega
Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº, portão 10
Parque Ibirapuera
Tel. 5579-0593).
Ter. a dom.: 10h às 17h
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Tel. 3032-3727.
Ter. a dom.: 10h às 18h.
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
Estação da Luz s/n , São Paulo, SP
Telefone: 11 3326-0775
Terça à Domingo das 10h às 17h.
MUSEU DE ZOOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Av. Nazaré, 481, Ipiranga.
Tels: 11 6165-8100 e 11 6165-8140
OCA Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº, portão 3
Parque Ibirapuera, 1º andar
Tel. 6846-6000
Seg. a qui.: 9h às 19h.
Sex. a dom.: 9h às 21h.
PAÇO DAS ARTES Av. da Universidade, 1 – Butantã
Tel. 3814-4832.
Ter. a sex.: 11h30 às 19h.
Sáb. e dom.: 12h30 às 17h30.