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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Memórias...

Foto arquivo pessoal: Praia Ecológica / BA - 23/12/2009


... de minhas putas tristes - Gabriel Garcia Marquez.

"No ano de meus noventa anos quis me dar de presente uma noite de amor louco com uma adolescente virgem. Lembrei de Rosa Cabarcas, a dona de uma casa clandestina que costumava avisar aos seus bons clientes quando tinha alguma novidade disponível. Nunca sucumbi a essa nem a nenhuma de suas muitas tentações obscenas, mas ela não acreditava na pureza de meus princípios. Também a moral é uma questão de tempo dizia com sorriso maligno, você vai ver. "

Em seu aniversário de 90 anos, um cronista , cujo vida foi desprovida de afeto, pelo medo de se entregar, pretende presentear a si mesmo com uma noite de amor louco com uma adolescente virgem. Porém, ao vê-la dormindo, não tem coragem de acordá-la e se apaixona pela garota adormecida.
É um livro curto (nem sei porque dou esta informação, talvez porque CEM ANOS DE SOLIDÃO, eu li em uma semana, em outra praia, em outros carnavais... e era um bloco emocional que fazia pesar cem quilos sob o peito quando eu me deitava na areia para viver entre os silêncios dos Buendía)...
Este dá pra ler até a quarta-feira de cinzas...

Faça como eu, passe um esmalte laranja bemmm fooorte, vermelho aberto mesmo, Garota Verão (coisa que nunca faço, pois sou básica e gosto de translúcidos) e leve o Memórias pra passear com você.
Escolha um canto que dê vista para o mar, proteja os olhos e a pele e deixe o peito aberto. Lembre-se que Marquez tem poesia nos vãos... e se deixe levar pela beleza dele.
Se o nome não te fez parar na Livraria (a mim fez, primeiro porque imaginei luxúrias mil e depois porque havia um tom nostálgico e de tristeza no título que me seduziu)... não te preocupa. Volta lá e leia um parágrafo inteiro, e se deixe encantar pelo moço antigo que levou seus pertences, para o canto da puta, para o quarto da virgem, pra poder amar...
É bonito o livro, bom pra começar o ano, pra repensar o sentido da vida e suas próprias escolhas.
Ouse... pinte as unhas de vermelho ...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sauna Finlandesa

Neste novo livro de contos de Marcelo Mirisola, o autor de O herói devolvido leva seu estilo característico a um novo patamar, agregando "fluência e muito mais humor" à sua ficção "tisnada de realismo sardônico", no dizer do colega Reinaldo Moraes. Os fãs do escritor vão se surpreender com textos antológicos como "Sobre os ombros dourados da felicidade", "Os gorilas de Sumatra" e "Mesa 5", carregados de um lirismo profundo e corrosivo.
Para comprar: Atravesse!
Lançamento da Sauna Finlandesa em São Paulo: dia 23 de fevereiro nos Parlapatões.
A partir das 19h até o último bebum. Apareçam

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Matriuska

Matriuska (Contos)

Romance. Cada conto deste livro forma um. Cada romance é um conto (de fadas ou do vigário, à livre escolha). Por fim, a sensação de que este livro, embora não pareça, é mesmo uma história de amor. Escrita com intensidade e firmeza raras na literatura brasileira.

Um mergulho de fôlego na alma feminina com um sentido de imanência poucas vezes visto desde Machado de Assis. Abraços partidos, sonhos aos pedaços, esperanças liquidadas. A mulher, a vida, com os seus mistérios, desejos, dores, deleites. Urbanos, demasiado urbanos, estes relatos curtos inovam ao mesclar técnicas de música e cinema. Puzzle pleno de magia crua tomada do cotidiano, da “vida apenas, sem mistificação”.

Entre o prazer da escrita e a escrita do prazer, Sidney Rocha distribui como que pílulas de Eros e Tanatos a cada uma das suas personagens e o resultado é um calafrio ardente. Como das coisas em carne viva. E a leve impressão de que, embora pareça, este livro não é mesmo uma história de amor.

Conhece Sidney Rocha? Ora. Faz tempo que ele existe. Desde que li, faz um tempo danado, sua novela Calango-tango, eu sentia falta do texto dele. Do trinado, do ciscado. Da prece que ele faz. Do rebuliço de seus personagens. Seus parágrafos certeiros. Seu jeito de prosear. Poética, assim, medonha. Estética sem cerimônia. Sim, ele também lançou o romance Sofia. De repente, eis que ele volta, com este livro de contos curtos. E assustadores. Porque inovadores. Porque musicais, etc. e tais. E porque dificilmente existe autor como ele. Falando de certas mulheres. De certos recalques. Sem ser chato, entende? Sem querer ser o dono-da-cocada. O pior sujeito é aquele que coloca borboleta na gravata para escrever. E não voa. Não sai da mesmice. Eta porra! Sidney tem o que eu aprecio em todo coração arredio: a pulsação. A verdade. O sentimento que está na linguagem. Nos sons que ele costura tão bem. Tão modernamente, sarava, amém!

Caro leitor, pode apostar: pegue este livro na mão e veja se eu não tenho razão. Resumindo: são contos-cantos que vêm inovar e sacudir a prosa brasileira. E depois seguir por aí. Descendo e subindo a ladeira. Deixando seu sangue na gente. Assim, tão raro e para sempre!

(Marcelino Freire)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Um livro, dentro do livro.

Revista BRAVO!
Sérgio que Amava Márcia, que Amava Roberto...
Por Daniel Benevides

Em seu quarto romance, “O Gato Diz Adeus”, o gaúcho Michel Laub mistura jogo erótico com jogo literário.

Na geometria do amor, os triângulos tendem a ser escalenos: sempre há um lado mais forte e outro mais fraco. Em O Gato Diz Adeus, quarto romance do gaúcho Michel Laub, a equação se aplica, mas os lados mudam de tamanho à medida que um sombrio ménage à trois evolui por ângulos inesperados. A história é contada em forma de diário, com os personagens dando seus depoimentos, um atrás do outro, como se o livro fosse também o roteiro de um documentário íntimo, ou o "tabuleiro" de um jogo ou exercício literário, em que a ficção disputa espaço com a metalinguagem.

Aos 40 anos, Sérgio é um escritor semifracassado, amargo em relação ao único êxito — um livro de estreia resenhado por meia dúzia de jornais e revistas, cuja edição durou meia dúzia de anos e foi parar em meia dúzia de sebos. Professor de letras, é casado com Márcia, atriz, dez anos mais nova. Obcecado por histórias em que o marido oferece a esposa a outros homens — histórias que lê em revistas pornográficas —, Sérgio inicia um jogo cruel de (in)fidelidade, levando Márcia a casas de swing e, depois, incentivando-a a seduzir seu aluno e melhor amigo, Roberto. A história, simples a princípio, converte-se num quebra-cabeça que vai se montando na cabeça do leitor. Trechos de reportagens de jornal se interpõem aqui e ali, deixando a sensação de que algo terrível se passou entre os três.

OUTRAS VOZES

Numa virada da trama, surge Andreia, aluna de Sérgio. Ela lê a mesma novela que o leitor tem nas mãos. E tem a sensação de que é um recado, um alerta que lhe é especialmente dirigido, por razões que só saberemos no final. Assim, O Gato Diz Adeus se constrói como um livro-dentro-do-livro, com tudo o que isso tem de bom (a engenhosidade) e de ruim (o esquematismo). Nos melhores momentos, o livro atinge o desejado efeito de levar o leitor a envolver-se com os destinos cruzados de Sérgio, Márcia e Roberto.

Laub relaciona algumas obras que podem (ou não) tê-lo influenciado na feitura dessa boa novela. Dentre elas, A Chave, do escritor japonês Junichiro Tanizaki, parece mesmo abrir uma porta, com seu enredo de diários escondidos e a arquitetura planejada de traições e jogos eróticos.

Não deixa de ser curioso um escritor que, em busca de sua voz própria, revele tão claramente as vozes que podem tê-lo guiado. É um gesto que parece misturar autoironia, honestidade intelectual e desejo de legitimidade. E acaba reforçando a impressão de que O Gato Diz Adeus talvez sofra um pouco do mal de Montano, aquela "doença" diagnosticada pelo espanhol Vila-Matas, cujo sintoma é certa palidez das emoções e a insistente rendição ao exercício estritamente literário.
O Gato Diz Adeus
, de Michel Laub. Companhia das Letras, 80 págs.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Zé, mizé, camarada André

Livro: Zé, mizé, camarada André
Autor: Sérgio Guimarães
Editora: Record

Neste livro, um brasileiro recebe uma caixa com fitas cassetes que revelam conversas entre um jornalista estrangeiro e uma angolana em plena revolução vivida pelo país africano. O romance é todo construído em diálogos entre esses dois personagens, que comentam desde o processo político, a ligação com o comunismo, até as mudanças sociais e de costumes que Angola passava no período pós-independência.
Último vencedor do Prêmio SESC Romance e um dos 50 finalistas do Prêmio Portugal Telecom.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Grandezas e Miudezas


de Bruno Munari
Tradução: Nilson Moulin
Considerado um marco na história da edição e referência em publicações para crianças, o designer italiano Bruno Munari reinventa nesta obra a relação com o livro: Na noite escura requer uma leitura sensorial, por meio de diferentes papéis combinados com imagens simples e texto conciso. Publicado pela primeira vez em 1956, o livro nos convida a adentrar na noite escura e nos mistérios que ela guarda. Somos atraídos por uma misteriosa luz brilhante revelada através de furos nas páginas. A primeira parte, em papel preto, traduz a atmosfera noturna. Na segunda parte, o papel translúcido sugere uma neblina matinal e marca a passagem do tempo. A aventura termina no interior de uma gruta, nas páginas em papel pardo. Fundamental para crianças inventivas, que poderão interagir com folhas recortadas, texturas, cores e materiais diversos - edição Cosac Naify.

domingo, 26 de abril de 2009

André Breton

é minha cobra Nadja, criada.
"Título-chave no contexto da arte surrealista e narrativa mais importante de André Breton, formando uma trinca com Les Vases communicants (1932) e L'Amour fou (1937), este romance, escrito em 1928, encena o encontro entre realidade e fantasia, característica desta vanguarda. Num local freqüentado por prostitutas e cartomantes, o narrador mergulha na convivência efêmera e tumultuada com a personagem-título, em meio ao labirinto urbano parisiense. Nadja, uma encarnação contemporânea do enigma e do mito, representa o princípio de liberdade em forma feminina e uma porta para além da banalidade. A atmosfera onírica registra os fragmentos do dia-a-dia em imagens produzidas a partir de destroços da realidade imediata, que buscam a correspondência dos objetos cotidianos com o mundo interior. Vigésimo primeiro título da coleção Prosa do Mundo, este clássico moderno e inquietante tem nova edição brasileira com tradução cuidadosa de Ivo Barroso, apresentação de Eliane Robert Moraes, além de fortuna crítica, incluindo ensaios de Walter Benjamin e Maurice Blanchot, e bibliografia específica."
Quer saber mais ?
sobre o LIVRO
sobre Breton

Cocoruto, Borboletras e Gramabarro...


BILI COM LIMÃO VERDE NA MÃO
NOVO LIVRO DE DÉCIO PIGNATARI


"Belisa, "que todo mundo chama de Bili, viva e levada", lembra uma menina que todos conhecemos: a Alice, do País das Maravilhas, de Lewis Carroll. Aos personagens esquisitos e situações nonsense que a personagem inglesa enfrenta soma-se uma linguagem experimental e o resultado é o novo livro de Décio Pignatari, um dos principais integrantes do grupo concretista paulistano, junto dos irmãos Haroldo e Augusto de Campos. Bili com limão verde na mão narra a jornada de Bili, sua protagonista, atravessando bile, balbúrdia, baques e banho. Bili transforma sua experiência de crescimento em um livro que ultrapassa classificações de gêneros e faixas etárias.
Ouça um trechinho com Arnaldo Antunes AQUI

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Tateando estrelas distraídas...


"O Pequeno Príncipe me disse" - um mutirão poético com Adriana Falcão, Andréa del Fuego, Carlos Rennó, Contardo Calligaris, Dom João de Orleans e Bragança, Fernanda Guedes, Fernanda Young, Fernando Meirelles, François d'Agay, Gabriel O Pensador, Gilberto Dimenstein, Guto Lacaz, Henry Sobel, João Falcão, José Mindlin, Juarez Machado, Júlio Medaglia, Lázaro Brandão, Luana Piovani, Luis Fernando Veríssimo, Mário Prata, Maurício de Souza, Miguel Krigsner, Paulo Tatit, Pelé, Raí, Ricardo Almeida, Ricardo Guimarães, Rita Lee, Roberto Carlos Ramos, Rubem Alves, Stephen Kanitz, Supla, Thyago, Tom Zé, Walter Mancini, Washington Olivetto e Wellington Nogueira...

domingo, 27 de julho de 2008

Geração em Transe


TÍTULO: PRA MIM CHEGA, A BIOGRAFIA DE TORQUATO NETO
ISBN: 8586821608
IDIOMA: Português.
ENCADERNAÇÃO: Brochura, 236 págs.
ANO EDIÇÃO: 2005
PREÇO APROXIMADO: R$ 36,00

"Torquato Neto foi um dos principais personagens da revolução que mudou os rumos da cultura brasileira, os anos sessenta, junto com Glauber Rocha, Caetano Veloso, José Celso Martinez Correa, Gilberto Gil, Rogério Duarte e outros da mesma estirpe. Torquato Neto foi também um herói romântico típico, fadado a morrer ainda jovem, como James Dean, Jimi Hendrix, Janis Joplin ou Jim Morrison. Era um poeta sensível e inconformado, um polemista inteligente e corajoso e uma das figuras mais carismáticas de sua geração. Nativo do signo de Escorpião, havia algo de noturno, complexo, aparentemente insondável em sua personalidade. Com acuidade e perspicácia, Toninho Vaz sondou essa personalidade fascinante no contexto histórico e cultural em que ela se desenvolveu. Seu livro nos oferece não só um retrato de corpo inteiro desse excepcional artista quando jovem mas também uma visão justa do espírito libertário que animou toda a sua geração. A experiência de Torquato é típica, exemplar e, portanto, esclarecedora. Em conseqüência, esta é uma obra fundamental para o estudo dessa geração de artistas brasileiros, na segunda metade do século XX. São cada vez mais numerosas as teses universitárias que tomam por tema seu movimento não apenas estético, mas existencial. Pra mim, chega vem se juntar a Os Últimos Dias de Paupéria, do próprio Torquato, Verdade Tropical, de Caetano, ou o Tropicaos, de Rogério Duarte, como um dos documentos essenciais para compreensão do que aconteceu com a geração em transe na sua juventude". (Luiz Carlos Maciel)