domingo, 27 de setembro de 2009

Menta e Pipoca

Foto Arquivo Pessoal 08/2009


O Amor É Filme
Cordel Do Fogo Encantado

O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica
...
Um belo dia a a gente acorda e hum...
Um filme passou por a gente e parece que já se anunciou o episódio dois
É quando a gente sente o amor se abuletar na gente tudo acabou bem,
Agora o que vem depois
...
É quando as emoções viram luz, e sombras e sons, movimentos
E o mundo todo vira nós dois,
Dois corações bandidos
Enquanto uma canção de amor persegue o sentimento
O Zoom in dá ré e sobem os créditos

O amor é filme e Deus espectador!


"- A gente devia ser como o pessoal do filme, poder cortar as partes chatas da vida, poder evitar os acontecimentos! Num é?!?!"
Lirinha, letra da música “O amor é filme”, do Cordel do Fogo Encantado, trilha do filme Lisbela e o Prisioneiro

Ludus Luderia


É um espaço que conta com uma ludoteca própria, com vários jogos de tabuleiro para todas as idades. Conta com uma seleção enorme de jogos nacionais e jogos importados com regras e componentes já traduzidos para o português. E para os saudosistas também conta com uma boa variedade de jogos nacionais antigos, além de uma variedade de jogos tradicionais e artesanais. No local também funciona um bar café com um menu cheio de petiscos, sanduíches, lanches frios e lanches quentes, sobremesas e bebidas variadas. É uma boa pedida para um domingo, mas funciona de quarta a sábado também. O couvert lúdico lhe dá direito a jogar todos os jogos da casa, quantas vezes quiser e com auxílio de monitores especializados.

Quartas e quintas: das 18:00 às 00:00
Sextas e sábados: das 18:00 às 03:00
Domingos: das 16:00 às 23:00
Feriados: das 18:00 às 00:00
Pré-feriados: das 18:00 às 00:00

Quartas, quintas: R$10,00
sextas e sábados: R$18,00
domingos e feriados: R$15,00
Rua Treze de Maio, 972
São Paulo – SP
11 3253-8452

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Algaravia

Foto Arquivo Pessoal Sonia Alves Dias
Fragmento - Entrevista - Jornal do Comércio On Line - Recife - 24.06.2001

JC – Você diz que “a memória é uma ilha de edição”, explique melhor essa expressão.

Waly Salomão – Já acompanhei diversas ilhas de edição na minha vida, sei como elas funcionam. A memória é mesmo isso. Sou contra essa história de esconder o que se fez no passado. Colocar para debaixo do tapete o desbunde. Como também de ter uma atitude apenas progressista, de só olhar para o futuro, esquecendo assim o passado. Há pouco tempo, por exemplo, viajei à Síria, que é a terra do meu pai, para saber mais sobre minha história. Adriana Calcanhoto, que já musicou e gravou poemas meus, comprou a minha coletânea e me ligou dizendo que iria fazer show em Portugal e que leria o meu poema Operação Limpeza, no qual falo dessa coisa da língua portuguesa de se orgulhar de ter a palavra saudade no seu vocabulário, quando o Brasil é uma nação ainda em formação, muito jovem. E falar de saudade nessa crise que o Brasil vive é complicado. Somos muito jovens para nos orgulharmos da palavra saudade...

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Do que você tem medo ?



De cinema eu não tenho, nem do escuro, nem de diretores, nem de cenas chocantes.

Fomos assistir Anticristo no HSBC Belas Artes. Apreensivos, ansiosos, instigados. Lars Von Trier nos deixa assim, em estado de espera (sorte a minha que o marido também ama cinema, então este é sempre o nosso melhor programa em qualquer dia, a qualquer hora).

Não acho que devemos gostar de um filme porque gostamos da "pegada" de um determinado diretor, mas identificação é fundamental. Eu gosto muito do Lars, considero-o um cineasta talentoso capaz de criar cenas intensas que hipnotizam através de diálogos bem costurados. Algumas cenas, parecem telas vivas, repletas de densidade e de cores escuras febris.

Em Anticristo, seu novo filme, um casal vai à floresta para lidar com o luto da morte do filho.

A sinopse é simples, o filme não é. Confesso que gostaria muito de ser psicanalista para me despir do simples olhar e sentir, para entrar nas ramificações e interpretações que o filme trata metafóricamente.

Está tudo lá: a floresta tratada como Éden, os símbolos ocultos, a natureza tida por maligna, o ser humano com suas limitações e seus desconhecimentos e uma infinidade de sensações não explicitadas que causam aqueles incômodos que não podemos explicar mas que margeiam nossa essência.

Charlotte Gainsbourg e Willem Dafoe estão em perfeita sintonia e chega a ser aterrorizante.

Como escreveu, Nietzsche, em 1888 no livro ANTICRISTO: "Este livro destina-se aos homens mais raros. Talvez nem possa encontrar um único sequer... Só o futuro me pertence. Há homens que nascem póstumos".

Lars Von Trier, deve ser um deles...

Enigmo

Muta, eu curto, pra caramba.
Os textos, os traços, a atuação dele.

Alguns

No Auditório (tão bonito) do Ibirapuera, em outubro, eu vou...
CÉU
Lançamento do cd “Vagarosa”.
Dias 2, 3 e 4 de outubro. Sexta e Sábado, 21h.
Domingo, 19h.
R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada)

WALTER FRANCO
Dia 9 de outubro. Sexta, 21h.

R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada)

NOUVELLE CUISINE
Dia 10 de outubro. Sábado, 21h. R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Nouvelle Cuisine



Carlos é um grande cantor, mas não lança discos já há algum tempo. Tem trabalhado como arquiteto (é formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP) na Casa das Rosas, espaço cultural da Av. Paulista, em São Paulo, e feito shows eventuais, depois de ter parado de cantar no bar Baretto, também na capital paulista, onde era “fixo”. O repertório dos shows varia conforme a ocasião. No último dia 17, por exemplo, no I Encontro Nacional de Museus, no Memorial da América Latina, Carlos e o violonista Luiz Ribeiro apresentaram canções cujas letras evocam “passado”, como “Saudosismo”, de Caetano Veloso. Em maio, na esteira das comemorações referentes ao Ano da França no Brasil, Carlos interpretou músicas francesas no auditório da CPFL Cultura, em Campinas.

Um CD, porém, mais de dez anos após o último álbum com o Nouvelle, está nos planos do cantor. Carlos já tem prontas as ‘bases’ de um disco de sambas, que pretende lançar “assim que tiver tempo de fazer tudo bem”. Isto porque, além de estar atarefado com a arquitetura e os shows, passou recentemente por um problema na voz (“Disfonia”, afirmou) e teve de fazer tratamento com fonoaudiólogo. Mas agora está ok.

Nessa conversa que tivemos por telefone, numa tarde de sábado, Carlos revela por que deixou o Nouvelle Cuisine, comenta suas influências no canto e declara-se favorável ao compartilhamento de músicas pela internet. Confira.

(por Lucas Colombo)

1. Carlos, vou começar com uma pergunta clichê, mas inescapável: “por que você saiu do Nouvelle Cuisine?”.
Carlos Fernando – Houve um descompasso entre mim e os demais integrantes. Eu estava 100% dedicado ao Nouvelle Cuisine, e os outros tinham trabalhos paralelos. A produtividade estava um tanto lenta por causa disso. Eu tinha um projeto chamado Bossa Nouvelle, para trabalhar a bossa nova como conceito, fazer uma releitura de alguns temas clássicos do gênero e outros menos conhecidos. Eu propunha isso para o grupo, e as atitudes variavam. O Guga e o Maurício (baterista e guitarrista, respectivamente) eram muito preocupados com a realidade mercadológica, duvidavam se o projeto ia funcionar, não avançavam, e eu lá mandando brasa... A ponta do iceberg foi essa. Mas já havia um descompasso, antes.

2. O Nouvelle Cuisine surgiu numa época não muito rica da música brasileira. Os anos 80 foram marcadamente pop, nasciam bandas que faziam um rock bem pobrinho... E vocês, jovens, apareceram com uma proposta de sofisticação nos arranjos, de tocar música boa, clássicos com roupagem nova e elegante. Foi algo consciente, ou não? Vocês simplesmente se reuniram e deu no que deu, ou pensaram: “nos recusamos a ser mais uma Legião Urbana”?...
Carlos Fernando – Nós éramos amigos havia muito tempo. Tocávamos jazz por prazer e, sim, odiávamos o cenário musical da época. Uma amiga do Guga que fazia assessoria de imprensa para um bar chamado Espaço Off, de São Paulo, nos convidou para tocar lá, e foi só por causa desse convite que decidimos nos apresentar em público. Fizemos um show para uma plateia “média”, não tinha muitas pessoas. Mas houve boca-a-boca, e, na segunda noite, lotou. A repercussão foi uma surpresa para nós. A Folha começou a comentar os shows, a Veja... Aí gravamos o primeiro disco, em 1988. Foi uma bola de neve. Mas tudo plenamente consciente. Era o que gostávamos na música.

3. Sua maior influência no canto continua sendo o Mel Tormé? E o que você acha dos atuais jovens intérpretes do jazz, como Esperanza Spalding e outros mais ‘ecléticos’ como Michael Bublé, Diana Krall e Madeleine Peyroux?

Carlos Fernando – Gosto muito do Mel, mas quem mudou minha vida foi Sarah Vaughan. Acho-a genial. Ela tem uma competência harmônica e uma “frieza racional” que é maravilhosa. Soma uma certa malícia formal a um timbre belíssimo. Em alguns discos, fez coisas que a Ella Fitzgerald, por exemplo, nunca chegou perto de fazer. Não conheço muito o trabalho da Esperanza Spalding, não posso opinar. Já a Madeleine Peyroux, não há como negar, é imitação da Billie Holiday. Sinceramente, ela não me diz nada. O Michael é uma imitação do Mel Tormé também. É muito competente do ponto de vista técnico, mas ainda penso que ele precisa mostrar a que veio. Falta ver que música ele realmente quer fazer.

4. Os três álbuns do Nouvelle Cuisine tendo você como vocalista não foram lançados em CD. Neste formato, há apenas a coletânea “E-collection”, com algumas faixas de cada disco. Na internet, contudo, há vários links para download gratuito das músicas do grupo, e do seu CD ao lado do Toninho Horta também. Isso te incomoda?

Carlos Fernando – O primeiro disco chegou a sair em CD, mas com uma tiragem bem discreta. Dessa coletânea aí, eu não gosto. Nós apresentamos à gravadora as músicas que gostaríamos que entrassem, e a Warner acabou lançando uma coisa totalmente diferente, inclusive com faixas que nós tínhamos descartado dos outros discos, porque não apreciávamos o resultado. Realmente, não gosto. Quanto aos downloads, vejo como uma prática inevitável – e muito bem-vinda! Foi um jeito que o mundo encontrou para se virar. Sou favorável. Eu mesmo mando, para amigos, links em que meus discos podem ser baixados. Pirataria pode até ter um efeito saudável: reforçar a importância do show, da presença física do artista perante o público. O que dá dinheiro para os músicos são mesmo os shows. Acho a internet ótima, o futuro da informação é esse. A mobilidade que ela proporciona é fantástica. É preciso ter mais consciência do que ela significa do ponto de vista histórico. Olhe o que aconteceu no Irã. Graças à internet, ninguém mais consegue fazer sacanagem em lugar algum do mundo. É totalmente livre.

Babilaques



por Meise Halabi

Nos anos 70, Waly Salomão [1943-2003] produziu uma série de propostas visuais em Nova York, Rio de Janeiro e Salvador que chamou de “Babilaques”. Seu autor pretendia mostrar o conjunto completo no circuito de arte, sob o título “Waly Salomão: Babilaques, Alguns Cristais Clivados”, mas não chegou a fazê-lo.

Os “Babilaques”, datados de 1975-77, são peças de expressão híbrida ou “polissêmica”, como descreve Waly. Os cadernos manuscritos eram abertos em uma certa página determinada pelo artista, e fotografados em diversos ambientes inusitados, também escolhidos por ele. O registro fotográfico dessa operação é um “Babilaque”.

Em 1979, Waly escreveu que não os chamaria de “poemas visuais”, pois a expressão era insuficiente para abarcar a interrelação de linguagens dos “Babilaques” - texto, desenho, colagem, planos, textura, cor, luz, ângulo, corte, imagens impressas e objetos do cotidiano. É, segundo ele, a experiência de fusão da escrita com a plasticidade.

Babilaques

Livros

Partida

Me segura que eu vou dar um troço


ADUANA

senha e sonho e sanha com que esta palavra penetra no baile
máscara de maria-ninguém de fatura recente
ou será arca de ganas do tempo do rei
cadê o cabaço lacre de selada estampilha exigido por lei
cadela safada muamba curtida no bodum das galés
saturnália entrudo ostra grudada ao casco do navio
fidalga de tamanco sem nem um pingo acre de sangue azul real
verbete acessado de uma enciclopédia cibernética de gafes
vestes inconvenientes de quem não sabe com quem está falando
usa papel-carbono pra burlar alfândegas
chega sem passaporte sem convite sem o répondez s’il vous plait
cara de pau dribla a catraca do guichê da chefia do cerimonial
não exibe pendurado no peito atestado de salubridade pública
miss maxixe
embigada
corta-jaca que se insinua nos finos salões
palavra empenhada sem lastro de chão ou teto patrimonial
nem pé-de-meia tem
casca grossa não tem no cu o que periquito roa
hectares de terras que possui são as que carrega debaixo
das sujas unhas
heranças de nenhumas capitanias heriditárias
necas de pitibiribas de sobrenomes ilustres
topless e desnuda de sesmarias
de família ignorada do frio da pá ao pavio da foice e do sudário
pó de pau de anta
vassoura de bruxa
vírus viridiana da próxima epidemia mundial de gripe
vetada pelo código de barras do produtor e do consumidor
inhaca de marafona impudica
vira-lata da chinfra arraia-miúda da folia da grei
espojada se emprenhando ao vento vário na caçamba de camião
ou ao relento ralando as coxas nuelas no lombo neutro do sexo
da mula sem cabeça

(Waly Salomão – Tarifa de Embarque – Editora Rocco, 2000. pp. 64/65.)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Gigolô de Bibelôs

Waly era um gigolô: de bibelôs, de babilaques e de palavras.

Se você conheceu, se nunca leu, se já ouviu em algum lugar, se nem lembra de já ter ouvido veja e reveja aqui...

Gigolô de Bibelôs - "Título que intitula o livro, lançado originalmente em 1983, que, agora, ganha uma reedição pela Rocco, Waly Salomão oferece sua poesia delirante e verborrágica, sem prolixismos baratos, sem resvalar no vago. Grande leitor da poesia universal e do mundo, reprocessava todas as influências do inglês William Blake ao nosso João Cabral de Melo Neto para depois canalizá-las em seus versos. Como poeta, Waly dava valor ao ofício de sua arte ah vale "a pena ser poeta "e se debruçava sobre ela com afinco e suor "meu segredo é que sou rapaz esforçado".

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Matriuska

Matriuska (Contos)

Romance. Cada conto deste livro forma um. Cada romance é um conto (de fadas ou do vigário, à livre escolha). Por fim, a sensação de que este livro, embora não pareça, é mesmo uma história de amor. Escrita com intensidade e firmeza raras na literatura brasileira.

Um mergulho de fôlego na alma feminina com um sentido de imanência poucas vezes visto desde Machado de Assis. Abraços partidos, sonhos aos pedaços, esperanças liquidadas. A mulher, a vida, com os seus mistérios, desejos, dores, deleites. Urbanos, demasiado urbanos, estes relatos curtos inovam ao mesclar técnicas de música e cinema. Puzzle pleno de magia crua tomada do cotidiano, da “vida apenas, sem mistificação”.

Entre o prazer da escrita e a escrita do prazer, Sidney Rocha distribui como que pílulas de Eros e Tanatos a cada uma das suas personagens e o resultado é um calafrio ardente. Como das coisas em carne viva. E a leve impressão de que, embora pareça, este livro não é mesmo uma história de amor.

Conhece Sidney Rocha? Ora. Faz tempo que ele existe. Desde que li, faz um tempo danado, sua novela Calango-tango, eu sentia falta do texto dele. Do trinado, do ciscado. Da prece que ele faz. Do rebuliço de seus personagens. Seus parágrafos certeiros. Seu jeito de prosear. Poética, assim, medonha. Estética sem cerimônia. Sim, ele também lançou o romance Sofia. De repente, eis que ele volta, com este livro de contos curtos. E assustadores. Porque inovadores. Porque musicais, etc. e tais. E porque dificilmente existe autor como ele. Falando de certas mulheres. De certos recalques. Sem ser chato, entende? Sem querer ser o dono-da-cocada. O pior sujeito é aquele que coloca borboleta na gravata para escrever. E não voa. Não sai da mesmice. Eta porra! Sidney tem o que eu aprecio em todo coração arredio: a pulsação. A verdade. O sentimento que está na linguagem. Nos sons que ele costura tão bem. Tão modernamente, sarava, amém!

Caro leitor, pode apostar: pegue este livro na mão e veja se eu não tenho razão. Resumindo: são contos-cantos que vêm inovar e sacudir a prosa brasileira. E depois seguir por aí. Descendo e subindo a ladeira. Deixando seu sangue na gente. Assim, tão raro e para sempre!

(Marcelino Freire)

O ex-estranho

"Afinal, toda palavra é, aqui, um pequeno gesto de amor."

Leminski é amor antigo. Daqueles que a gente pesca um poema e pendura na agenda feito móbile no céu. De suas estranhas verdades, tantas similaridades, tantos eu acho, tantos eu sinto, tantos eu sei, sabia... me lembro.
O Ademir Assunção é um ser humano que respeito e que geralmente faz bem feito estas coisas de juntar lembranças e saudades e botar tudo para fora do peito.
Na Ocupação que acontece no Itaú Cultural, Não fosse isso...

não fosse isso
e era menos
não fosse tanto
e era quase
de arrasar, com certeza!

No dia 1º de outubro, Ocupação inaugura sua terceira edição com uma homenagem ao poeta, romancista, compositor e tradutor Paulo Leminski visitando sua vida e obra 20 anos após sua morte.

Com curadoria de Ademir Assunção, a exposição Ocupação Paulo Leminski: Vinte Anos em Outras Esferas traz a oportunidade de conhecer melhor a obra do poeta, segundo Haroldo de Campos, "mais criativo de sua geração".

Conheça poemas, composições, manuscritos e textos inéditos de Leminski, além de depoimentos em vídeo de alguns de seus parceiros.

Além da exposição, uma série de eventos paralelos integra a programação.

Programação:

Ocupação Paulo Leminski: Vinte Anos em Outras Esferas
quinta 1 de outubro a domingo 8 de novembro de 2009
terça a sexta 10h às 21h
sábado domingo feriado 10h às 19h

peça infanto juvenil Guerra Dentro da Gente
sábado 17 16h
domingo 18 11h
Adaptação teatral do livro homônimo de Paulo Leminski pelo Núcleo Trecos e Cacarecos. O espetáculo mostra a trajetória do garoto Baita, que sonha em se iniciar na arte da guerra.

show Esta Noite Vai Ter Sol
sexta 23 de outubro 20h com participação de Miriam Maria e Moraes Moreira
sábado 24 de outubro 20h com participação de Edvaldo Santana e Vitor Ramil
Estrela Ruiz Leminski e banda interpretam músicas de Paulo Leminski. No repertório, composições solo ou em parceria, gravadas por Itamar Assumpção, Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Moraes Moreira, Vitor Ramil e Edvaldo Santana, entre outros.

Belowars
sábado 31 de outubro 20h
exibição da animação e debate com o diretor Paulo Munhoz
O longa-metragem é uma livre adaptação do livro Guerra Dentro da Gente, de Paulo Leminski.


Belowars
domingo 1 de novembro 20h
exibição da animação


entrada franca
Itaú Cultural Avenida Paulista 149 - Paraíso

informações 11 2168 1777
atendimento@itaucultural.org.br

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Carne Viva

Baixe CARNE VIVA para provar.
crianças crescem para cima
adultos crescem para os lados
velhos crescem para baixo
mortos florescem
[crianças crescem - do livro carne viva, 2003]

Marcelo Sahea nasceu no Rio de Janeiro em 1º de setembro de 1971. Poeta e diretor de arte, vive em Brasília. Publicou “8 por 2” – poemas marca-páginas (1998, com Ramsés Ramos), “’ejs” – e-book (2001), “carne viva” – e-book e livro (2003) e “leve” – livro (2006). Trabalha com intervenção urbana, realiza e fotografa poemas-objeto e tem poemas publicados em diversos sites e revistas especializadas (Coyote, Oroboro, Zunái, Babel, Revista de Autofagia, Etcetera, entre outras). Mantém blog (http://www.poesilha.blogspot.com) e site (http://www.sahea.brturbo.com).

Prosódias


PROSÓDIAS

Marcelo Sahea
SESC Vila Mariana
Dia(s) 29/09
Terça, às 20h30

O poeta apresenta a performance poética intermídia Pletórax (poesia falada, poemas-objeto, poesia visual, poesia digital, vídeo, samplers, performance, música, processador de efeitos loop station, bases pré-gravadas), que começou como um exercício de exploração de possibilidades, tendo por princípio o tema do corpo humano e os poemas dos livros carne viva (2003) e leve (2006). Hoje abraça outras temáticas, que nunca se repetem na íntegra (nenhuma apresentação é igual), mas sempre buscando a materialidade da palavra através do som. Auditório.

Sesc Vila Mariana
R$ 12,00 [inteira]
R$ 6,00 [usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante]
R$ 3,00 [trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes]

domingo, 13 de setembro de 2009

Qualquer tango vira samba...

e vice versa...
Permita-se conhecer este novo cantor compositor
revelação...

Experiência

Se eu fosse profissional, iria!


Você gostaria de trocar experiências com grandes fotógrafos internacionais como Joan Fontcuberta, Joël-Peter Witkin, Bernard Faucon e Martial Cherrier?

Então se inscreva para os encontros com estes profissionais no Itaú Cultural, em São Paulo, entre 13 e 16 de outubro. As oficinas ocorrerão em dois dias consecutivos e nelas os artistas convidados irão mostrar suas obras, poderão olhar e comentar os trabalhos dos participantes ou proporem alguma atividade a ser desenvolvida durante os dois dias. São apenas 12 vagas por artista. Para participar do processo de seleção a inscrição deverá ser enviada até 16 de setembro. O público alvo das oficinas é preferencialmente fotógrafos com interesse em trabalhos de cunho experimental e pessoas ligadas as artes visuais em geral.

Cada pessoa poderá participar de apenas uma oficina. O candidato poderá indicar, porém, uma segunda opção que será avaliada em caso de preenchimento das vagas da primeira opção. As oficinas serão ministradas nas línguas dos palestrantes, com tradução apenas na oficina em francês. Assim é imprescindível ter um conhecimento médio do idioma falado pelo fotógrafo. Confira a programação para ver o idioma da oficina de seu interesse.

As inscrições serão realizadas exclusivamente por e-mail. Os interessados devem enviar para portfolio@itaucultural.org.br o seguinte material:

1. Currículo completo com todos os contatos (e-mails, telefones, etc.) no formato word;

2. Ensaio fotográfico ou 12 imagens representativas do seu trabalho na extensão .jpg em 72 dpi, sem compressão, com até 400 pixels ou até 15 centímetros no lado maior;

3. Descritivo de até 1.000 caracteres, sobre a sua área de interesse no geral e sobre o trabalho enviado.


No assunto e corpo do e-mail deverá constar o nome dos fotógrafos com quem se pretende fazer a oficina em ordem de preferência. Por exemplo:

Assunto: Fontcuberta e Witkin
Anexos: Currículo com contatos, ensaio fotográfico, descritivo
Corpo do email: Oficina 1 - Fontcuberta
Oficina 2 - Witkin

A seleção será feita por uma comissão formada especialmente para esse fim. O resultado com os selecionados será divulgado no site do Itaú Cultural dia 28 de setembro. Todas as oficinas serão gratuitas. O Itaú Cultural não irá arcar com nenhuma despesa de deslocamento, alimentação ou outras dos participantes.

Programação completa:

terça 13 e quarta 14 de outubro
9h às 13h - Oficina com o fotógrafo Joan Fontcuberta
ministrado em espanhol

quinta 15 e sexta 16 de outubro
9h às 13h - Oficina com Joël-Peter Witkin
ministrado em inglês

14h às 18h - Oficina com Bernard Faucon
ministrado em Francês com tradução simultânea para Português

14h às 18h - Oficina com Martial Cherrier
ministrado em inglês

Matizes

Foto arquivo pessoal

Final de semana repleto de arte na ponta do lápis.

Aguardem...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

krisDiii

Na Bahia, com um Siri.


Kristi Kuusk , minha pré-cunhada emprestada (namorada do irmão do meu marido), veio da Estônia para fazer intercâmbio no Brasil.

Ela ainda não fala português e a língua nativa de lá parece aramaico aos meus ouvidos.

É moça bonita, repleta de boas maneiras e com voz de passarinho.

Tudo o que é normal, antigo e cotidiano para gente, para ela tem outros significados.

Se você quer ver de perto, o que por nós passa e o que seu olhar estrangeiro fotografa, visite o Blog dela: Brasiilias


'Resume'

Razors pain you;
Rivers are damp;
Acids stain you;
And drugs cause cramp;
Guns aren't lawful;
Nooses give;
Gas smells awful;
You might as well live.


Dorothy Parker






p.s. Nüüd saan kirjutada ka eesti keeles, teravustamine Letreira on universaalne! Suudlus, Naine tähtedega


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O caos reina

http://pipocamoderna.virgula.uol.com.br/?p=3757
Anticristo, Lars Von Trier

Por Marcel Plasse

Feito para chocar, “Anticristo” de Lars von Trier já foi chamado de obra-prima e de lixo pornográfico. O filme promove um mergulho lento e exasperante na loucura, é interpretado sem pudor e dirigido sem qualquer freio moral.

Von Trier concebeu “Anticristo” enquanto lutava contra a própria depressão, projetando imagens a partir de um lugar muito escuro de sua mente. Pornografia, sadomasoquismo, mutilação, violência, repulsa, doença, isolamento, psicose, paranóia, morte, culpa, nojo, náusea. “Anticristo” é um caleidoscópio de sensações desagradáveis.

Inspirado na antipatia que nutre por psicoterapeutas, o diretor dinamarquês elegeu como protagonista um psicólogo arrogante, interpretado por Willem Dafoe, que desaprova o tratamento psiquiátrico de sua esposa, após uma tragédia a deixar em colapso. Achando-se mais capacitado para tratá-la, ele corta os psicotrópicos e a leva para o campo, forçando-a a confrontar suas fobias.

Charlotte Gainsbourg vive a mulher, despindo-se de todas as roupas e toda a vaidade. Obcecada por sexo, ela vai perdendo, pouco a pouco, o controle sobre seus impulsos. Até se fundir com a natureza, virar um arquétipo primitivo, ânima, bruxa, Eva, instinto, irracional.

Ela é também a “mater dolorosa”, a mãe das lágrimas, cujo pesar é tão vasto que não pode ser compreendido pela objetividade e racionalização masculina. Quanto mais o homem tenta entendê-la e controlá-la, mais incontrolável e ininteligível ela se torna.

Francesa, filha de malucos beleza (o cantor Serge Gainsbourg e a atriz Jane Birkin), Charlotte parece não temer nada. Já na adolescência encarou um filme sobre pedofilia, contracenando em cenas complicadas com o próprio pai. Tudo em nome da arte – só mesmo no cinema europeu.

A atriz ganhou a Palma de Ouro, no último Festival de Cannes, pela entrega ao papel. Corajosa, deixou-se fotografar como as estrelas pornôs. Em close-up ginecológico. Magra, abatida, ensangüentada, ela passa a maior parte do filme de bunda de fora, mas nunca de forma sexy.

Mesmo assim, é belamente fotografada. “Anticristo” desconcerta com suas imagens.

Para introduzir a história, von Trier abre o filme em preto-e-branco publicitário, câmera lenta, ao som de uma ária, evocando sexo romântico entre seus dois protagonistas. Então, no meio da cena, insere um inesperado plano pornográfico. Ao mesmo tempo, um bebê engatinha para a morte com a leveza de um anúncio de hidratante.

A partir daí, o sexo deixa de ser atraente. Os corpos muito magros ganham aspecto dolorido, como se fossem se machucar ao menor toque. De repente, as mãos pegam chaves inglesas e tesouras.

Os parâmetros do gênero terror fornecem os elementos cenográficos de “Anticristo”. O enredo usa o clichê mais comum do horror contemporâneo: um casal isolado numa cabana na floresta. Mas o vira do avesso. Sem sustos fáceis, sem um psicopata mascarado, apenas a natureza e dois protagonistas sem nome, que se amam e se violentam, vão do sexo explícito à tortura visceral.

O delírio evolui com evocações de pinturas expressionistas e surrealistas. Algumas cenas possuem referências pictóricas assumidas. Às vezes é apenas um canto da imagem que treme, revelando um flerte com o abstrato. Outras vezes é a natureza viva, rastejante, gosmenta, sangrenta e bizarra, que ocupa a tela de cinema em enquadramentos que parecem pintados pelo cineasta.

O tema dialoga com “Repulsa ao Sexo” (1965), suspense psicológico clássico de Roman Polanski, que também tinha a loucura, a paranóia, o isolamento, imagens abstratas e uma mulher irracional.

Mas “Anticristo” também é alegórico. Seu título faz referência bíblica e embute um subtexto relativo ao pecado original. Um casal na natureza primordial, bichos repelentes atrás de cada árvore e a culpa corroendo as entranhas, transformando o que era bom em algo errado.

Ainda é possível remeter o “Anticristo” à figura do próprio von Trier, numa leitura desaforada e irônica do título. Se o chamavam de misógino por pouco, agora ele oferece muito. Se o consideravam meio louco, agora ele se mostra completo.

Não é um filme fácil, não tem um final perfeito e desafia a moral do público, mas como experiência de imersão dos sentidos é inigualável. “Anticristo” afeta a percepção, mexe com o emocional, causa reações físicas. Suas imagens sombrias deixam as salas de cinema muito mais escuras.

Por seu potencial perturbador, “Anticristo” é uma experiência difícil de ser assimilada, ao mesmo tempo em que inspira discussão. Lars von Trier já tinha intrigado os cinéfilos ao fazer “Dogville” com marcas de giz como cenário, mas, por tudo o que seu novo filme contempla, daqui para frente será mais lembrado por ter realizado “Anticristo”.

Saiba mais: Pipoca Moderna

Pletórax


Marcelo é moço de muitas falas, de muitas palavras, de boca borrão.
Segundo ele mesmo:

"Senhoras e senhores,
Não é raro no que eu faço, no meu trabalho com a palavra, partir de uma clara desorientação para só depois encontrar o meu rumo, ainda que esse rumo seja justamente a falta de. Eu me acho se me desencaixo. E tento trazer o leitor para essa desviagem comigo.Um dos recursos que tenho utilizado, hoje mais que antes, é a repetição. É extremamente prazeroso e revelador para mim promover a pulverização, a diluição de um significado pela saturação. Esse procedimento joga com os sentidos, que nem sempre conseguem ficar alertas todo o tempo e é dessa eventual fermata que a mensagem ressurge com mais força e muitas vezes alterada, num movimento contínuo e encantatório. Sai de cena o racional e a magia acontece. Como nos rituais"
Vá descobrir sua performance poética em PLETÓRAX, no SESC VILA MARIANA - Dia 29/09 às 20:30hs.
Saiba mais no POESILHA

Remoto controle


Eu era apaixonada pelo Renato Russo, não "paixonite" aguda, era amor mesmo. Eu sentia todas as emoções cantadas nas letras que ele compunha, eu me doia em refrões de amor, eu me sentia perdida, totalmente a mercê daquele moço que tinha os olhos tristes e uma voz capaz de seduzir até as serpentes da Medusa.
Era ele dono de tantas verdades enquanto eu adolescia... Era repleto de referenciais literários e licenças poéticas. Bradava lutas sem armas, guerreava com palavras. Viver naquela época foi um privilégio e uma sorte. Renato Russo era minha asa norte.
A Calcanhoto eu conheci já adulta de alma. Não era mais a adolescente cheia de mistério e de desencontros comigo mesma. Ela cantava outras dores, outros espaços, outras cores e nela me encontrei. Houve um tempo em que eu queria ser ela (cantar como ela, ter aquela voz curta, aquele timbre cadencioso, aquela leveza e aquela tristeza). Lógico que não fui, nem poderia.
Seu repertório não era cheio de bravatas. Nela o samba, a bossa nova, o pop rock e as baladas formavam um novo conjunto de obra com arranjos diferenciados. Era antropofágica, e nos devorávamos. Eu a ela, ela a mim.
Não sei se em algum momento imaginei que poderia ver estes dois ícones da minha história, juntos. Mas, hoje, sei que eles já estiveram numa mesma canção, num mesmo tom, no mesmo refrão e eu me sinto bobamente feliz... emocionada...

Esquadros
Composição: Adriana Calcanhoto

Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo
Cores!

Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção
No que meu irmão ouve
E como uma segunda pele
Um calo, uma casca
Uma cápsula protetora
Ai, Eu quero chegar antes
Prá sinalizar
O estar de cada coisa
Filtrar seus graus...

Eu ando pelo mundo
Divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome
Nos meninos que têm fome...

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm
Para quê?
As crianças correm
Para onde?
Transito entre dois lados
De um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo
Me mostro
Eu canto para quem?

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

ah ah...

Balangandans



No mês de setembro a fotografia é foco de discussões em São Paulo.

09 a 13 de setembro - primeira edição do SP Photo Fest, evento realizado pelo Museu da Imagem e do Som, onde profissionais reúnem-se para palestras gratuitas, workshops, debates e leituras de portfólios. O fotógrafo Cristiano Mascaro será o homenageado e participará de palestras. Eustáquio Neves e Fabiana Figueiredo também são convidados.
Todas as palestras são gratuitas e acontecem no auditório do MIS com tradução simultânea. As senhas serão distribuídas no local com 1 hora de antecedência para os 177 lugares disponíveis.
Haverá também transmissão simultânea em TVs que ficarão fora do auditório.

Programação:
Quinta-feira – 10/09 – 19h30 – Scout Tufankjian – Yes, we can
Sexta-feira – 11/09 – 17h – Cristiano Mascaro – Documentário Mascarianas
Sexta-feira – 11/09 – 19h30 – Eustáquio Neves – Via Imaginária
Sábado – 12/09 – 19h – Amy Arbus: Estreia mundial do documentário “On the streets 1980-1990” feito por John Spellos sobre a carreira da retratista
Domingo – 13/09 – 17h – Antonin Kratochvil: Uma aventura pelo Mundo
Domingo – 13/09 – 19h30 – Jay Colton: Resultados SP Photo Fest – retrospectiva do evento e apresentação das imagens produzidas nos workshops.

Acompanhe: SP Photo Fest

Foto em foco


De 10 a 13 de setembro de 2009, o 9º andar do Shopping Iguatemi sediará a terceira edição da SP-Arte/Foto, a maior feira de fotografia do país que reúne 17 excepcionais galerias de arte e mais de 100 artistas, entre jovens talentos e nomes consagrados no circuito nacional e internacional.
Mesas redondas terão participação do diretor-executivo da agência Magnum, Mark Lubell, do diretor da Maison Européenne de Photographie, Jean-Luc Monterosso, e do fotógrafo francês Elliott Erwitt.
A terceira edição da SP-Arte/Foto reflete e reforça a ascensão e a importância da fotografia dentro do mercado de arte a partir dos anos 80. Este movimento é resultado não só do aumento pelo interesse na fotografia, mas também do esforço e trabalho que profissionais ligados ao meio estão empreendendo para promover a fotografia.

Participe: SP-Arte/Foto

Cartier-Bresson

Fotografia de Henri Cartier-Bresson


17 de Setembro - estréia no Sesc Pinheiros a exposição Henri Cartier-Bresson: Fotógrafo. Sob a curadoria de Eder Chiodetto, a exposição reúne 133 imagens com o melhor resumo da trajetória do fotógrafo francês escolhidas por ele mesmo e pertencentes ao acervo da Agência Magnum, fundada por Cartier-Bresson em 1947 . Juntamente com a exposição, será lançado o livro homônimo.
Na publicação estão 155 imagens feitas entre 1929 e 1978 — destas, 133 compõem a mostra — escolhidas a dedo por Cartier-Bresson como o extrato de sua trajetória. Paralelamente à exposição do fotógrafo, acontece a Bressonianas, mostra composta pela seleção de 42 imagens de sete fotógrafos brasileiros que tem em suas obras a influência de Bresson, entre eles: Cristiano Mascaro, Flavio Damm, Carlos Moreira, Orlando Azevedo, Juan Esteves, Marcelo Buainain e Tuca Vieira.
A exposição fica em cartaz no Sesc Pinheiros até o dia 20 de dezembro.

In Motion



O Centro Cultural B_arco em parceria com a Galeria de Babel, representante exclusiva da agência Magnum Photos na America Latina, anuncia a abertura dessa lendária agência, com uma exposição de fotos dos seus célebres artistas e o Magnum in Motion - Festival deFilmes.
O festival apresentará filmes longa-metragens e curtasdos fotógrafos Elliott Erwitt, Martin Parr, Bruno Barbey e Stuart Franklin além dos trabalhos fotográficos de alguns integrantes da MagnumPhotos.
Entre os nomes da exposição estão os mestres Elliott Erwitt,Thomas Hoepker, Martin Parr, Bruno Barbey, Joel Meyerowitz, Zak Powers e Mio Nakamura, além de outros renomados fotógrafos brasileiros e latino americanos como Andreas Heiniger, Ricardo van Steen, Eduardo Muylaert, Martin Gurfein, Gui Mohallem, Roberto Linsker, Dimitri Lee, Marcelo Brodsky, Vania Toledo, Pablo di Giulio, Monica Vendramini, Clemente Gauer, Iatã Cannabrava, Pedro Martinelli e Hilton Ribeiro – em uma enorme e épica exposição fotográfica coletiva.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Um curta...

... da Ana Luiza Azevedo - Casa de Cinema de Porto Alegre


Antônio, um menino de 8 anos, descobre que sua vizinha Cristina, de 80, conta histórias sempre diferentes sobre a sua vida, os nomes de seus parentes e os santos do dia. E Dona Cristina acredita que Antônio pode ajudá-la a recuperar a memória perdida.


Assista aqui, o lúdico: DONA CRISTINA PERDEU A MEMÓRIA


Tempo de embebedar cavalos

Tempo de embebedar cavalos

“Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada “impulso vital”. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te supreenderás pensando algo como “estou contente outra vez”. Ou simplesmente “continuo”, porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como “sempre” ou “nunca”. Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim – nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como “não resistirei” por outras mais mansas, como “sei que vai passar”. Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.

Claro que no começo não terás sono ou dormirás demais. Fumarás muito, também, e talvez até mesmo te permitas tomar alguns desses comprimidos para disfarçar a dor. Claro que no começo, pouco depois de acordar, olhando à tua volta a paisagem de todo dia, sentirás atravessada não sabes se na garganta ou no peito ou na mente – e não importa – essa coisa que chamarás com cuidado, de “uma ausência”. E haverá momentos em que esse osso duro se transformará numa espécie de coroa de arame farpado sobre tua cabeça, em garras, ratoeira e tenazes no teu coração. Atravessarás o dia fazendo coisas como tirar a poeira de livros antigos e velhos discos, como se não houvesse nada mais importante a fazer. E caminharás devagar pela casa, molhando as plantas e abrindo janelas para que sopre esse vento que deve levar embora memórias e cansaços.

Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio. E morbidamente talvez enumeres todas as vezes que a loucura, a morte, a fome, a doença, a violência e o desespero roçaram teus ombros e os de teus amigos. Serão tantas que desistirás de contar. Então fingirás – aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho. Achando graça, pensarás com inveja na largatixa, regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça.

Tão longe ficou o tempo, esse, e pensarás, no tempo, naquele, e sentirás uma vontade absurda de tomar atitudes como voltar para a casa de teus avós ou teus pais ou tomar um trem para um lugar desconhecido ou telefonar para um número qualquer (e contar, contar, contar) ou escrever uma carta tão desesperada que alguém se compadeça de ti e corra a te socorrer com chás e bolos, ajeitando as cobertas à tua volta e limpando o suor frio de tua testa.

Já não é tempo de desesperos. Refreias quase seguro as vontades impossíveis. Depois repetes, muitas vezes, como quem masca, ruminas uma frase escrita faz algum tempo. Qualquer coisa assim:

- … mastiga a ameixa frouxa. Mastiga , mastiga, mastiga: inventa o gosto insípido na boca seca …"


- Caio F. Abreu

terça-feira, 8 de setembro de 2009

... o que você ensacaria?

Quero caçar estrelas com uma sacola
que amarrada num barbante
conseguiria capturar mais que vento somente
ensacaria gente!
Aqueles que flutuam,
e voam alto...
Pra trazer de volta, e perguntar
como é que esses conseguem flutuar?

(texto e desenho: Felipe Godoy)

De você, sei quase nada...


TEATRO FECAP / SP
Show: Zeca Baleiro

Temporada: 11, 12 e 13 de setembro
Sexta e Sábado 21h Domingo 19h

INGRESSOS: http://www.teatrofecap.com.br/bilheteria.html


Eu gosto do Zeca faz um tempão. Desde que o ouvi pela primeira vez, desde que o vi pela primeira vez, desde que li as letras em várias primeiras vezes... repetidas vezes... em inúmeros dias e tempos passados.

Na época, pra gostar do Zeca, tinha que escolher: ou era ele ou o Lenine. Eu gostava dos dois, sempre gostei. O Lenine tinha uma pegada mais profissional no sentido de que nada ali parecia por acaso, eu gostava dele "diferente". O Zeca, misturava tudo. Era embolado, era lírico, era louco, era um performático. Hoje, acho que ele é mais contido. Já fui em vários shows, já o vi pessoalmente várias vezes, acompanho de longe o que vai acontecendo com ele, com eles.

O Lenine está cada dia melhor e o Zeca, continua sendo o meu xodó.

QUASE NADA

De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho

Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo

Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada

De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei

Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho

Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso

Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo

Se tudo passa como se explica
O amor que fica nessa parada
Amor que chega sem dar aviso
Não é preciso saber mais nada ..

quase nada... quase nada... quase nada...

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Não Editora


E por que Não?


"A nossa maior ilusão é acreditar que somos o que pensamos ser"
Henri Amiel

Isto não é uma editora. É um gatilho. É um rádio-relógio. É um ônibus espacial.

Tudo começou com o cachimbo. O cachimbo de Magritte na obra A traição das imagens. Na tela, o desenho de um cachimbo com a inscrição em francês: “Isto não é um cachimbo”. E, oras, não era mesmo. Era a imagem de um cachimbo.

Somos traídos pelas imagens todos os dias. Quando nos apaixonamos não caímos de amores pela pessoa, mas pelos pedaços de nós mesmos que encontramos nela. Quando essa identificação passa e começamos a perceber nossas diferenças com o ser amado, dói. Mas quando o relacionamento amadurece, percebemos que amamos também o que faz dessa pessoa um ser único.

A Não Editora quer que seus leitores sejam traídos. Que eles se apaixonem por um pedaço de si mesmos que viram em nossos livros ou personagens. Que se identifiquem com a editora, imaginando que ela é como qualquer outra que viram antes. E, depois, percebam o autoengano. Para começarem a ver, aqui e ali, as diferenças em nossas publicações e no visual de nossos livros. Incorporando, também em suas vidas, a fuga do que é estanque, dos conceitos pré-estabelecidos e da fórmula repetitiva.

Assim como a tela é a manifestação do pintor, que contém os seus pensamentos e contestações, o livro deve ser um meio para os escritores e suas obras. Por isso, valorizamos o design de nossos livros, fazendo com que eles reflitam a qualidade do texto que estamos oferecendo aos leitores. Queremos que o nosso público não tenha vergonha de assumir que julga o livro pela capa. E por que não?

Isto não é uma editora. É o disparo. É o despertar. É o empuxo.

Duplo Prazer


Marido de feriado e caipirinha de saquê.

Dupla perfeita, pro meu bel prazer.

Humm...

Passa lá no VIDEORECEITA pra aprender...

domingo, 6 de setembro de 2009

Eu quero...

adoro Audrey...


Coleção Audrey Hepburn - Lata com 5 Fotos - Exclusivo Saraiva - R$ 79,90

A Princesa e o Plebeu
A Princesa e o Plebeu foi indicado para dez Oscar e Audrey Hepburn levou um deles, vivendo uma princesa moderna, que se rebela contra seus deveres reais, para se aventurar em Roma por conta própria. Ela conhece Gregory Peck, um jornalista americano em busca de uma reportagem exclusiva, que finge não saber a sua verdadeira identidade. Mas sua intenção se desfaz quando eles se apaixonam. Eddie Albert contribui para a diversão, interpretando o fotógrafo de Peck. Dirigida com muito estilo por William Wyler, esta é uma das mais adoráveis comédias românticas de todos os tempos.

Bonequinha de Luxo
Bonequinha de Luxo se afirma como um dos filmes românticos mais refinados de todos os tempos. Audrey Hepburn faz a personagem-título, uma garota de programa que toda vez que se sente deprimida amanhece em frente da vitrini da Tiffany's para tomar café e sonhar com uma vida de rainha.

Guerra e Paz
A obra-prima literária de Leo Tolstoy ganha vida nesta clássico épico, representado pelo talento de alguns dos maiores nomes da época dourada de Hollywood. Estrelando Audrey Hepburn como Natasha, Henry Fonda como Pierre e Mel Ferrer como Príncipe Andrei, Guerra e Paz, indicado ao Oscar, é um impressionante drama sobre um conflito internacional, que mistura aventura espetacular, uma intriga envolvente e um trágico romance no tumultuado cenário da invasão napoleônica na Rússia.

Cinderela em Paris
Neste clássico indicado ao Oscar, Audrey Hepburn e Fred Astaire juntam seus talentos, cantando e dançando neste musical eterno. Quando a importante editora de uma revista de modas (Kay Thompson) e seu principal fotógrafo Dick Avery (Fred Astaire) escolhem uma livraria para sua sessão de fotos, Dick descobre o rosto encantador da balconista e filósofa amadora Jo Stockton (Audrey Hepburn). Em Paris, Jo logo se transforma em top model global... e acaba se apaixonando pelo fotógrafo que foi o primeiro a notar sua face luminosa e divertida. Filmado em locações em Paris, este romântico musical apresenta memoráveis canções de George e Ira Gershwin, incluindo "let's Kiss and Make Up," "How Long Has this been going on?" "He Loves and She Loves"

Sabrina
Sabrina é charmosa, engraçada e brilha como todas as grandes estrelas de Hollywood. Humphrey Bogart, William Holden e Audrey Hepburn vivem esta história de Cinderela, dirigida pelo renomado cineasta Billy Wilder (Crepúsculo dos Deuses, Quanto Mais Quente Melhor). Bogie e Holden são os multimilionários irmãos Larrabee, de Long Island. Bogie só pensa em trabalho e Holden só pensa em se divertir. Mas quando Sabrina, filha do chofer, volta de Paris, adulta e glamurosa, o palco está montado para atritos em família, com os irmãos enfeitiçados pela encantadora Hepburn.

Sem ser pintora...

Pássaro da liberdade, 1975, guache sob compensado


“Quem sabe escrevo por não saber pintar?”, dizia a própria Clarice Lispector. Dezesseis pinturas com guache, dos anos 70, mostram uma experiência da escritora em crise com sua literatura e em busca de outro modo de escrever, uma nova linguagem. O material está reunido pela primeira vez no Instituto Moreira Salles, na Gávea (Rio de Janeiro) , a partir de quarta-feira, em Clarice pintora, que fica em cartaz até 27 de setembro.

Mesmo que despretensiosa, esta convivência com as tintas influenciou suas obras a partir de Água Viva, de 1973. A construção de imagens é bem parecida com a literária, falando sobre o fazer e com algumas imagens meio… fantasmagóricas.“É uma libertação pintar. Liberta mais do que escrever”, avaliava.

A mostra também reúne livros e traduções das principais obras de Clarice Lispector, além de alguns manuscritos expostos em vitrines. Pra quem filhos maiores de 3 anos, há roda de história com o Grupo Mosaicos e os contos Quase verdade e A mulher que matou os peixes, no dia 26, com refrescos e barulho de passarinho.


“Quanto ao fato de escrever, digo – se interessa a alguém – que estou desiludida. É que escrever não me trouxe o que eu queria, isto é, a paz. (…) O que me descontrai, por incrível que pareça, é pintar. Sem ser pintora de forma alguma, e sem aprender nenhuma técnica. (…) É relaxante e ao mesmo tempo excitante mexer com cores e formas sem compromisso com coisa alguma. É a coisa mais pura que faço.”

sábado, 5 de setembro de 2009

Retratos e Fotogramas



Atriz francesa encena o espetáculo Quartett no SESC Pinheiros e também é tema de retrospectiva com filmes inéditos e exposição de retratos e fotogramas no CineSESC

Isabelle Huppert é referência da sétima arte francesa. Considerada uma das melhores atrizes de sua geração, é dona de um currículo invejável, tendo sido dirigida por nomes como Jean-Luc Godard, Benoît Jacquot, Patrice Chéreau e Andrzej Wajda. Seus personagens mais conhecidos são Augustine em 8 Mulheres, de François Ozon, Emma Bovary em Madame Bovary, de Claude Chabrol, e Érika Kohut em A professora de piano, de Michel Haneke. Em São Paulo, ela faz quatro apresentações no SESC Pinheiros de Quartett, peça do dramaturgo alemão Heiner Muller, em montagem do Odéon-Théâtre de l’Europe (Paris/FRA), sob direção de Robert Wilson.

Adaptação de Heiner Muller da obra Les liaisons dangereuses (1782), de Chordelos de Laclos, a peça esteve em temporada no ano de 2006/2007 em Paris e reestreou especialmente para o Ano da França no Brasil. O texto, repleto de ironia e crueldade, apresenta um breve episódio da guerra dos sexos em dezenas de diálogos. Por meio de um jogo verbal e de máscaras, Quartett é considerada uma das peças mais cortantes do final do século 20.

A atriz também é tema da exposição Retratos e fotogramas: Isabelle Huppert no CineSESC com 17 fotos da atriz clicada por nomes como Robert Doisneau, Roger Corbeau, Carole Bellaiche, Jacques Henri Lartigue e Ronald Chammah. Ainda como parte da programação, a retrospectiva da extensa filmografia da atriz traz dois títulos inéditos, Home (dir. Ursula Méier) e Villa Amália (dir. Benôit Jacquot), e também A teia de chocolate, Negócios à parte, Madame Bovary, A comédia do poder, Mulheres diabólicas (todos dirigidos por Claude Chabrol), A falsa servente (dir. Benoit Jacquot), 8 Mulheres (dir. François Ozon), Os destinos sentimentais (dir. Olivier Assayas), Um amor tão frágil (dir.Claude Goretta), Entre n ós (dir. Diane Kurys), Salve-se quem puder (A Vida) (dir. Jean-Luc Godard) , A história de Piera (dir. Marco Ferreri), A professora de piano (dir. Michael Haneke), A lei de quem tem o poder (dir. Bertrand Tavernier), Saint Cyr (dir.Patricia Mazuy), A separação (dir. Christian Vincent) e Propriedade privada (dir. Joachim Lafosse).

o que: Quartett
quando: 12,13,15 e 16/9. Sábado, terça e quarta, às 21h e domingo, às 18h.
onde: SESC Pinheiros r. Paes Leme, 195 - tel. : 3095-9400

o que: Retratos e fotografias: Isabelle Huppert
quando: 11 a 17/9. Sexta a quinta.
onde: CineSESC R. Augusta, 2075 - tel.: 3087-0500
ingressos: Sessões:
R$ 8,00 [inteira]
R$ 4,00 [usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante]
R$ 2,00 [trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes]

Exposição grátis!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Folha de dormideira

Foto arquivo pessoal


" E a sombra se fizera. Uma sombra profunda cobrindo a terra. Do instante em que involuntariamente sua boca estremecendo quase pensara "eu também quero" , desse instante a escuridão se adensara no fundo dos olhos num desejo retrátil que, se tocassem, mais se fecharia como folha de dormideira... "

Dizem que com Clarice a gente descobre o significado da palavra epifania...
Clarice, para mim, é um ponto de deslocamento. Quando você começa a ler, digerindo as palavras e seus reais significados, o tempo parece não existir. O ar fica suspenso, e a sensação que nos toma, lembra densas nuvens prontas para chover.

Com Clarice viajo para dentro de mim várias vezes e por tantos caminhos, que até me desconheço. Dela já bebi Alguns Contos, já devorei A Maçã no Escuro, já sofri A Paixão Segundo G.H., já perguntei Onde Estivestes de Noite ? , já me queimei com Água Viva, já padeci A Via Crucis do Corpo, já madruguei com A Legião Estrangeira, já me perdi numa Felicidade Clandestina, já observei O Lustre numa sala vazia, já percorri sozinha A Cidade Sitiada, já fui A Mulher que Matou os Peixes, já devastei A Vida Íntima de Laura, já indaguei sobre O Mistério do Coelho Pensante e descobri que mais forte em mim são os Laços de Família.

Recebi Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres ao acaso e, nunca mais me separei...



" Era o meu sonho ter várias vidas.
Numa eu seria só mãe, em outra vida
Eu só escreveria, em outra eu só amava."

Clarice Lispector

Café Expresso ...

Foto arquivo pessoal

... Blackbird - Greta Benitez

*
Ninguém é mesmo uma ilha

se até Billie Holiday
vem me visitar
pelo radinho de pilha


*

Hai Kai


Alice Ruiz, serpenteia.
Saiba mais aqui, no BARCO.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Proibido

Foto arquivo pessoal


"Proibido sentimentos, passear sentimentos, passear sentimentos desesperados de cabeça para baixo, proibido emoções cálidas, angústias fúteis, fantasias mórbidas e memórias inúteis..."

Caio Fernando Abreu. Morangos Mofados in: Morangos Mofados

Prenez Soin de Vous

Cuide de você" (Prenez Soin de Vous) - Sophie Calle


Você já deve ter ouvido por aí... uma mulher recebe um email do companheiro dando adeus a tudo e resolve transformar o rompimento numa arte pública...
Você já deve ter passado por isto. Alguém, algum dia, em algum lugar, descobre que o amor não tem valor e que não dando, já deu, acabou...
Você já deve ter sentido isto. Bebeu taças e taças, depois virou a garrafa no gargalo, chorou, se descabelou, morreu viva e ao vivo, em cores e cheia de dores...
Se você sabe como é, precisa ver SOPHIE CALLE - CUIDE DE VOCÊ
Uma das obras mais contundentes da última Bienal de Veneza (2007), "Cuide de você" foi mostrada também na França, no Canadá e em Nova York. A exposição reúne textos, fotos e vídeos nos quais mais de 100 mulheres que interpretaram, a convite da artista, uma carta de rompimento amoroso recebida por ela de um ex-amante, o escritor Grégoire Bouillier. No intuito de “esgotar” as mensagens contidas no texto e em seus subtextos, Calle recrutou para a tarefa "leitoras" de especialidades e profissões diferentes, entre mulheres estranhas e amigas, anônimas e famosas. O rol de mulheres que aceitaram o desafio inclui sua mãe; as atrizes Jeanne Moreau, Victoria Abril e Maria de Medeiros; a compositora Laurie Anderson; a DJ Miss Kittin; e profissionais como linguista, taróloga, juíza, antropóloga, designer, sexóloga, assistente social e clarividente, entre outras, como uma adolescente, por exemplo. Ao aplicar sua ótica pessoal ou o “filtro” de sua especialidade à carta, elas produziram um rico panorama de respostas – técnicas, acadêmicas, performáticas e emocionais – ao desafio da artista. Formatada em cinco módulos - interpretações textuais, documentos, retratos de atrizes e cantoras, filmes curtos e filmes longos -, a exposição exemplifica a singularidade da obra de Calle, que transita na fronteiras entre vida pública e privada e expõe intimidades próprias e alheias para revelar vulnerabilidades.

Galpão
De 11/07 a 07/09
Terça a sábado, das 10h às 21h. Domingos e feriados, das 10h às 20h.

SESC Pompéia
Rua Clélia, 93 - Água Branca
11 3871-7700

Como parte da programação do Ano da França no Brasil, a Associação Cultural Videobrasil e SESC São Paulo trazem para São Paulo uma das figuras mais instigantes da cena artística internacional, a francesa Sophie Calle. O SESC Pompeia apresenta, além de sua exposição "Cuide de você" (Prenez Soin de Vous), uma extensa grade de atividades educativas.
Transforme sua experiência em arte.
PARTICIPE AQUI.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Imersão

Alice Shintani


Como olhamos o que olhamos?

Em que medida percebemos as pessoas, as coisas, o mundo, para além de um mero reflexo de nós mesmos? Buscamos de fato o estranhamento de um novo encontro ou procuramos o conforto do familiar? Agüentamos esse estranho ou necessitamos logo identificá-lo, rotulá-lo (e descartá-lo)?

A partir dessas indagações, Alice Shintani apresenta a mostra “Éter” na Galeria Virgílio. Concebida em dois ambientes que tomam por base a arquitetura local e institucional, a artista propõe uma experiência imersiva no andar térreo da galeria e uma sala com oito pinturas em resina acrílica sobre tela no piso superior.

Alice vem trabalhando a partir de uma idéia expandida de pintura para propor ambientes e situações no limiar do conforto e da beleza, mas que poderiam subitamente perder tal caráter “familiar” para alguma experiência ambígua de estranhamento, de não-entendimento ou de não-afirmação, “inclusive de seu próprio discurso”, como reitera a própria artista.

“Éter” é a segunda mostra individual de Alice Shintani na Galeria Virgílio. A artista vem obtendo reconhecimento no circuito nacional, como as recentes participações nas mostras “Nova Arte Nova”, no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro e São Paulo, e “Rumos Artes Visuais – Trilhas do Desejo”, no Instituto Itaú Cultural em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Também acaba de ser selecionada para o 63o Salão Paranaense, a ocorrer no Museu de Arte Contemporânea do Paraná em 2009-2010, e estará entre os dez artistas finalistas da Bolsa Iberê Camargo 2009 que receberão destaque na Revista Digital da fundação.

Alice Shintani Éter
Galeria Virgilio
Abertura: 12 de agosto de 2009, 20h
De 13 de agosto a 5 de setembro de 2009
Segunda a sexta, das 10 às 19h
Sábados e feriados, das 10 às 17h