quarta-feira, 29 de julho de 2009

Quero um Cadillac...

Assisti o filme Cadillac Records e confesso que ao terminar a vontade era correr para o Youtube pra ver ao vivo (ou quase) as interpretações reais de todos aqueles seres que serviram de referência e foram reverenciados.
O filme retrata a história da gravadora Chess (e eu senti uma certa paixonite pela Adrian Brody que faz o papel de Leonard Chess) , que durante as décadas de 50 e 60 produziu os melhores e mais importantes discos do blues tendo em seu elenco músicos lendários como Muddy Waters (que inspirou os Stones), Willie Dixon, Howlin' Wolf, Chuck Berry, Little Walter e Etta James.

A trilha sonora é imperdível e vale a pena conferir.
Hoje passei o dia todo ouvindo ETTA JAMES , com a chuva torrencial que caia lá fora e com uma vontade de tomar um conhaque (!) pra deixar o mundo desaguar em mim, enquanto eu cantava I'd Rather Go Blind.
Impossível não se deixar tocar, por uma canção assim ... dá até vontade de sofrer junto... de chorar junto, de se acabar...

Pra chorar na chuva...



ETTA JAMES - I'd Rather Go Blind

Something told me it was over
when I saw you and her talking,
Something deep down in my soul said, ´Cry Girl´,
when I saw you and that girl, walking around.
I would rather, I would rather go blind boy,
Than to see you, walk away from me chile.
Ooooo So you see, I love you so much
That I don't want to watch you leave me baby,
Most of all, I just don't, I just don't want to be free no

I was just, I was just, I was just sitting here thinking
Of your kisses and your warm embrace, yeah,
When the reflection in the glass that I held to my lips now baby,
Revealed the tears that were on my face, yeah.
And baby, baby, I would rather be blind boy
Than to see you walk away, see you walk away from me, yeah
Baby, baby, baby, I'd rather be blind now
...



Algo me disse que tinha acabado
quando te vi conversando com ela
Algo no fundo da minha alma disse, "Chore garota"
quando te vi sair com aquela garota.

Eu preferiria, eu preferiria ficar cega, garoto
A vê-lo me deixar
Ooooo então, veja, eu te amo tanto
Que eu não quero vê-lo me deixar
Mais do que tudo, eu simplesmente não quero, simplesmente não quero ser livre, não

Eu estava apenas, eu estava apenas, eu estava apenas sentada pensando
Nos seus beijos e nos seus abraços, yeah
Quando o reflexo no copo que eu segurava próximo aos meus lábios, amor,
revelou as lágrima que eu tinha no rosto, yeah
E amor, amor, eu preferiria, eu preferiria ficar cega, garoto
A vê-lo a ir embora, a vê-lo me deixar, yeah
Amor, amor, amor, eu preferiria ficar cega agora

terça-feira, 21 de julho de 2009

Caixa de Ódio

Casa de Francisca - Bar

O músico e compositor Arrigo Barnabé apresenta o projeto Caixa de Ódio às 22h30 da sexta-feira (24) e do sábado (25) e às 21h do domingo (26) na Casa de Francisca, situada na região oeste da cidade de São Paulo.


No show, Barnabé é acompanhado por Paulo Braga (piano) e Sérgio Espíndola (baixo e guitarra) e executa canções como "Aves Daninhas", "Cadeira Vazia, Judiaria", "Quem Há de Dizer", "Dona Divergência", "A Rainha do Show" e, como não poderia deixar de ser, "Caixa de Ódio", que batiza o projeto.

Apareça ! Lá o ambiente é decorado com retratos, vasos, instrumentos musicais , eletrodomésticos vintage...

Arrigo Barnabé - Caixa de Ódio - Lupicínio
Casa de Francisca
Rua José Maria Lisboa,
011 3493 5717

Caixa de Areia

Mixturação
Walter Franco

O raciocínio lento,
O poço, pensamento,
O olho, orifício,
O passo, precipício.
Eu quero que esse teto caia.
Eu quero que esse afeto saia. Eu quero que esse teto caia.
Eu quero que esse afeto saia.

Em vermelho natural,
Com gosto de água e sal,
No rosto e no lençol,
Misturando o bem e o mal.
Você já ouviu alguma coisa antiga do Walter Franco ? Conhece ? Eu o experimentei em meados dos anos 90. Um amigo meu que gostava muito me emprestou um cd. Era diferente, foi a minha primeira impressão. Naquela época eu estava cheia de impressionismos em mim e gravei uma fita k7 pra ficar ouvindo, desvendando, me achando nas letras daquele vanguardista paulistano... a fitinha ficava rodando por dias seguidos... e eu comecei a escrever textos que não acabavam mais. Gostava de ficar berrando (eu morava sozinha na época e podia cometer meus excessos!), transcrevia todas as letras para agendas (bem , não me lembro de ter buscado no google as letras prontas, eu ouvia, parava, escrevia, cantava, ouvia, parava... cantava, escrevia) enfim... quando percebi estava lá, perguntando pra todo mundo sobre o Walter Franco e cantarolando pequenos trechos inaudíveis.
Não sei mais onde está minha fitinha TDK, mas de vez em quando me vejo cantando sem mais nem menos "o poço pensamento... o olho orifício... eu quero que este teto caia... eu quero que este afeto saia... saia... saia...!"
É bom, muito. Experimente.
Discografia
Ou Não (1973)
Revolver (1975)
Respire Fundo (1978)
Vela Aberta (1979)
Walter Franco (1982)
Tutano (2001)

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Maybe Not


Cat Power - Maybe Not

Cat Power se apresenta dia 18 de julho na Via Funchal. Depois das consagradas apresentações no Brasil em 2007 e do sucesso de seu último cd “Jukebox” em 2008, a cultuada cantora e compositora Chan Marshall, nome verdadeiro de Miss Power, volta a São Paulo para cantar seus hits.

Cat Power surgiu na cena Indie Rock dos anos 90. Dona de uma voz rouca e estonteante ela encanta platéias por onde passa.

As criticas de seus shows são sempre empolgantes e apaixonadas. Imperdível!

R. Funchal, 65 - Funcionamento: diariamente, das 12h00 às 22h00 (11) 2198–7718

Maybe Not
Talvez não

um sonho que eu vejo, rezo para que possa ser
Procure atravessar a terra, sacudir esta terra
Um desejo ou um comando
Eu sonho que vejo, não mate isso, é grátis
Você é apenas um homem, você tem o que você pode

Todos nós fazemos o que podemos
Então, podemos fazer só mais uma coisa
Todos nós podemos ser livres
Talvez não com palavras
Talvez não com um olhar
Mas, com a sua mente

Ouça-me, não caminhe nessa rua
Há sempre um fim para isso
Venha e seja livre, você sabe quem eu sou
Somos apenas pessoas que vivem

Não temos nada
Então não temos nada a perder
Todos nós podemos ser livres
Talvez não com palavras
Talvez não com um olhar
Mas, com a sua mente

Você tem que escolher um desejo ou comando
Na virada da maré, é assolador
Lembre-se de uma coisa, o sonho você pode ver
Ore para ser, agite esta terra

Todos nós fazemos o que podemos
Então, podemos fazer só mais uma coisa
Não temos nada
Portanto, não temos nada a perder
Todos nós podemos ser livres
Talvez não com palavras
Talvez com um olhar
Mas, com a sua mente
Mas, com a sua mente

A minha natureza não é tão selvagem...

Africa
Sou moça previsível. Dessas que escrevem agenda a vida inteira, que recorta jornais há mais de 20 anos pra colar em algum lugar, que sempre sabe onde tudo está (ou pelo menos, onde deveria estar).


Sou moça imprevisível. Dessas que tem mania de cores. De forma que, em determinadas épocas se apaixona só pelos verdes, ou só pelos azuis, ou só pelos pretos, pelos marrons, pelos laranjas, pelos lilázes...pelos cinzas não, nem pelo bege! E, lota gavetas e armários com combinações de tons sobre tons que enchem os olhos de tantos prazeres.

Minha natureza não é tão selvagem, mas eu tenho mania de me vestir de onça, de gata cheia de pintas pardas. Pulseiras, só de vez em quando. Brincos, tenho mania de usar sempre os mesmos (ou somente o mesmo). Rímel é um luxo que adoro e perfume Very Irresistiblè Givenchy uso para quando passar deixar um rastro, bem felina, bem Fellini... ah, La Dolce Vita!


Foto arquivo pessoal: Sônia Alves Dias

Provocações



Ele não quer ser guru de ninguém !

Mas, Abujamra vai provocar o músico, poeta e ator pernambucano Lirinha.

Hoje, sexta-feira, às 22h10 na TV Cultura.
Provocações



quinta-feira, 16 de julho de 2009

2 veís 1


Eu visito, eu indico e se puder, participo!

http://2veis1.blogspot.com/


Mande notícias do lado de lá...

Foto arquivo pessoal - Sônia Alves Dias

'Vivo numa bomba-relógio circular'
Rodrigo de Souza Leão morreu aos 43 anos deixando um romance e poemas que delineiam a esquizofrenia.


As vezes, parece que a gente se repete, mas não... a gente apenas, não esquece.

Rodrigo morreu e da morte dele meu irmão lembrou de me avisar que me ama muito, que me ama demais, que me ama todos os dias, mas que esquece de dizer pessoalmente, mas mentalmente me diz...

A morte deste moço, desconhecido por muitos, conhecido por poucos, traz um sentimento de solidariedade e de bem querer que não pede nada em troca.

Este moço, que escrevia muito, que não era de grandes manifestações (e aparições) agora descansa dos seus próprios fantasmas.

Sinceramente, dói na alma, a forma como algumas pessoas partem, Rodrigo foi uma delas.

Descansa seu moço, amansa este leão feroz que vigiava tuas horas...

* * *

Texto de Márcia Vieira - O Estado de S.Paulo (sábado, 11 de julho de 2009)

A literatura e a esquizofrenia vieram juntas há exatos 20 anos. Foi depois do primeiro surto, aos 23, que Rodrigo de Souza Leão começou a escrever ficção sem parar. Em algumas vezes, versos rabiscados no primeiro pedaço de papel que aparecesse pela frente. Noutras, poesias curtas em revistas literárias na internet. O mundo virtual era sua vitrine. Rodrigo editava uma revista literária, escrevia para sites e mantinha um blog, o Lowcura. No ano passado, conseguiu realizar um sonho: publicou pela editora 7 Letras seu primeiro livro em prosa, Todos os Cachorros São Azuis. Ficou eufórico por ser um dos 50 finalistas do Prêmio de Literatura Portugal Telecom, ao lado de nomes como José Saramago, Manoel de Barros e Milton Hatoum. O romance, quase uma autobiografia, é uma imersão no mundo da esquizofrenia.

Rodrigo morreu na semana passada, aos 43 anos, de ataque cardíaco, amarrado a uma cama numa clínica psiquiátrica no Rio onde tinha pedido para ser internado uma semana antes temendo um surto. Na saída para a clínica se recusou a entrar no carro dirigido pela mãe. Tinha medo de não se controlar, tomar o volante e acabar provocando um acidente. Foi de táxi agarrado em Dulce, a irmã caçula. "Acho que ele se libertou. Era muito sofrimento", desabafa a mãe. A vida foi dura para Rodrigo. Assim como para os pais, Sylvia e Antonio, e os irmãos mais novos, Bruno e Dulce. No dia 25 de junho, antes de sair para a clínica, Rodrigo escreveu uma carta para a família, com tom de despedida.

"Vocês sabem muito bem que a minha vida não foi fácil. Sofreram muito. Sofremos junto. Sofremos nós. Eu gostei da vida e valeu a pena. (...)Tomara que exista eternidade. Nos meus livros. Na minha música. Nas minhas telas. Tomara que exista outra vida. Esta foi pequena pra mim. Está chegando a hora do programa terminar. Mickey Mouse vai partir. (...) Nunca tenham pena de mim. Nunca deixem que tenham pena de mim. Lutei. Luto sempre. Desculpem-me o mau humor. É que tudo cansa."

Difícil saber o que detonou a última crise. Dez dias antes, tinha ido ao ar uma cena da novela Caminho das Índias, de Glória Perez, em que Tarso (Bruno Gagliasso), numa crise esquizofrênica, atira em Murilo (Caco Ciocler). Rodrigo ficou perturbado. "Ele me disse: ?Mas esquizofrênico não mata. Meus amigos e vocês vão ficar com medo de mim, achando que sou um assassino? ", lembra a mãe. Não adiantou a família repetir por dias seguidos que aquilo era ficção.

"Ele já não vinha muito bem", lembra Dulce. "Tinha delírios, tomava muitos remédios, achava que agentes tinham colocado um chip nele . Depois da cena da novela, ficou com medo de matar o irmão." O chip e os agentes estão no relato do narrador de Todos os Cachorros São Azuis e fazem parte também da loucura do personagem da novela. "O Tarso tem muito do Rodrigo. Meu irmão tinha mandado o livro para a Glória logo que a novela começou. Não sei se ela leu", diz Dulce. Sim, leu. "O livro é maravilhoso e me inspirou, assim como outros depoimentos de esquizofrênicos, a escrever as cenas do Tarso", confirma a novelista.

O chip e os agentes apareceram desde o primeiro surto. Rodrigo trabalhava no escritório da Caixa Econômica Federal. Achou que estava sendo perseguido até pelo presidente da CEF. Desceu 43 andares de escada no escuro para fugir dos tais agentes. Descontrolado, foi internado pela primeira vez com o diagnóstico de esquizofrenia, doença mental que se caracteriza por alucinações e mania de perseguição. Anos depois, veio a segunda internação, quando até a polícia foi chamada para arrombar a porta do apartamento onde ele tinha se trancado.

No livro, Rodrigo narra os horrores da clínica. "Hospício era um lugar cheio de flores lindas, mas podre por dentro. (...) Todas as vezes, eu desacreditava em Deus. Se havia um lugar como o hospício, era sinal de que Deus não existia. Ou ele existia e não queria saber de quem estava dentro daquele pequeno inferno."

Quando Rodrigo saiu do "inferno", começou a escrever. "A esquizofrenia o levou para a literatura, que, por sua vez, o ajudou a conviver com a esquizofrenia", acredita a irmã. Suzana Vargas, professora de Rodrigo na faculdade de jornalismo e amiga de todas as horas, concorda. "Ele sempre teve talento. A partir do primeiro surto, mergulhou na literatura. Foi o modo que encontrou para conviver com aquilo."

Suzana acredita que, com a publicação do romance, ele estava encontrando o seu lugar na literatura. "O livro é um soco no estômago, um material maravilhoso do ponto de vista literário e também uma maneira de entender o que se passa na cabeça de um esquizofrênico."

Antes do primeiro surto, Rodrigo já era um leitor compulsivo. Leu tudo de Marcel Proust. Devorou os poemas de Charles Baudelaire e os textos de Friedrich Nietzsche. Mas sua grande paixão era Rimbaud.

O ataque cardíaco que matou Rodrigo não foi surpresa para a família. Além de esquizofrênico, ele tinha TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), era hipertenso, fumante e sedentário. "Ele nunca fumava só um cigarro por vez. Tinha que ser cinco seguidos", lembra o pai. Médico, Antonio passou a estudar esquizofrenia. Descobriu que seu filho era do tipo esquizofrênico paranóico. "Tinha mania de perseguição e de grandeza. Achava que nós éramos coniventes com os agentes."

Antonio guarda em casa os originais de Tripolar , romance do filho, ainda inédito. "É um bom livro. A esquizofrenia não alterou a produção intelectual", acredita. Um dos últimos poemas que Rodrigo postou no blog Lowcura foi "Tudo é pequeno/a fama/a lama/o lince hipnotizando a iguana. O que é grande/é a arte/Há vida em marte."

Foi Antonio quem recebeu o telefonema avisando que Rodrigo tinha sido encontrado morto na manhã de 2 de julho. Em Todos os Cachorros São Azuis, o narrador conta: "Quando o hospício estava cheio, era a hora de ficar quieto. Qualquer coisa e você poderia ser amarrado à cama. Dentro do cubículo e amarrado era a morte."

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Noites de gala, samba na rua

Foto arquivo pessoal - Sônia Alves Dias


QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ
Chico Buarque 1966

Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala, mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua

Quando o samba começava, você era a mais brilhante
E se a gente se cansava, você só seguia adiante
Hoje a gente anda distante do calor do seu gingado
Você só dá chá dançante onde eu não sou convidado

Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais a esquece não pode reconhecer

O meu samba se marcava na cadência dos seus passos
O meu sono se embalava no carinho dos seus braços
Hoje de teimoso eu passo bem em frente ao seu portão
Pra lembrar que sobra espaço no barraco e no cordão

Todo ano eu lhe fazia uma cabrocha de alta classe
De dourado eu lhe vestia pra que o povo admirasse
Eu não sei bem com certeza porque foi que um belo dia
Quem brincava de princesa acostumou na fantasia

Hoje o samba saiu…

Hoje eu vou sambar na pista, você vai de galeria
Quero que você assista na mais fina companhia
Se você sentir saudade, por favor não dê na vista
Bate palmas com vontade, faz de conta que é turista

Hoje o samba saiu…

domingo, 12 de julho de 2009

Abertura FLAP

Estive na abertura da FLAP 2009 no dia 07/07 na Casa das Rosas, e tive dois pensamentos distintos:
1o) É importante o movimento cultural que agrega discussões com outros países e que manifesta-se pluralmente por vários espaços literários. Morar em SP é um privilégio, pois temos a sorte de contar com grandes idealizadores culturais.
2o) É importante que o primeiro dia de um evento tão marcante quanto este, seja algo impactante e que cause estranheza ou reconhecimento ou incômodo, mas que nunca nos faça sair de lá com os sentidos adormecidos como se a passagem por ali não nos agregasse conhecimento maior.
O evento em si, precisa sempre ser maior do que seus idealizadores.
Quando se lê algo como "Em lhe sendo pedido um poema de guerra" acredito que devemos lutar com as palavras que temos, e não nos intimidarmos com o desconhecido já dissecado.
Yeats, estava lá. Assim como os poetas Alfredo Fressia, Paulo Ferraz, Frederico Barbosa e muitos outros visitantes. Para ser maior, fiquei com a sensação de que faltou um arroubo (aquele mesmo, da juventude), uma chamada instigante, um "link" para tudo o que haveria de ser e para o que representa esta conquista, este evento que se propaga pelos países vizinhos.
Senti falta de sair de lá com formigamentos pelo meu corpo inteiro...
E, conhecendo os poetas que ali estavam, tenho certeza, havia muita gente boa pra fazer aquele caldeirão ferver.

sábado, 11 de julho de 2009

Tempo antigo

Poema antigo, de amigo antigo, cheio de antiguidades. Em 1993 eu achava que o mundo podia ser conquistado (por mim, é claro). Eu era moça de muitos achismos, de muitas letras e de muitos sonhos quase impossíveis. Com o tempo, a gente descobre que o mundo não pode ser conquistado (por nenhum de nós, é claro). E, o que fica guardado é um monte de escritos, um monte de rabiscos e algumas tatuagens na alma.
Hoje eu sei, que nada sabia...
Mas, naquela época, eu acreditava cegamente que um dia saberia, que seria, e que faria toda a diferença...
Agenda antiga serve pra dar um banho de verdade na gente!
Daqueles tempos, um poema do meu amigo (que era outro, que seria, que podia e que até hoje não acredita que é ...)


NOVAS BORBOLETAS
E as novas borboletas se vão com suas vidas quinzenais
e ficamos nós, com nossas décadas de insensibilidade
nossas eternas pretensões de seres imortais.
As borboletas morrem com seu colorido irracional
e nós permanecemos com nossa opacidade
com nossa racionalidade anormal .
Quisera que tivessemos tão curto tempo proveitoso
antes desse magote de tempo vago
dias sem cores, egoísmo suntuoso.
Mas, morreremos
... como as borboletas...

Gil Silva, 12/11/1993

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Zé, mizé, camarada André

Livro: Zé, mizé, camarada André
Autor: Sérgio Guimarães
Editora: Record

Neste livro, um brasileiro recebe uma caixa com fitas cassetes que revelam conversas entre um jornalista estrangeiro e uma angolana em plena revolução vivida pelo país africano. O romance é todo construído em diálogos entre esses dois personagens, que comentam desde o processo político, a ligação com o comunismo, até as mudanças sociais e de costumes que Angola passava no período pós-independência.
Último vencedor do Prêmio SESC Romance e um dos 50 finalistas do Prêmio Portugal Telecom.

Homenagem


O poeta Rodrigo de Souza Leão será homenageado hoje (quinta-feira, dia 09 de julho, às 19 horas) na Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura. O poeta faleceu no dia 02 de julho, aos 43 anos.

Amigos do poeta realizarão leituras e performances musicais, no entanto, o sarau é aberto a todos que quiserem participar prestando sua homenagem. O evento será transmitido ao vivo pelo site Cronópios: http://www.cronopios.com.br/

Participações confirmadas de Donizete Galvão, Franklin Alves Dassie (RJ), Frederico Barbosa, Glauco Mattoso, Greta Benítez, Horácio Costa, Claudio Daniel, Leonardo Gandolfi (RJ), Luiz Roberto Guedes, Marcelo Ariel, Márcio-André (RJ), Marco Antônio (Pezão), Paula Valéria, Pipol, Paulo de Toledo, Tatiana Fraga, Valéria Tarelho e Virna Teixeira, poetas contemporâneos e amigos de Souza Leão.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Espelhos

arquivo pessoal - Fragmento para Ciro William

Presa na palavra. na ratoeira do verbo. nos epílogos. nas ilhas. de flores. com tudo que vale - 1,00 - Masagão. massacrada. o evangelho (perdido) de Saramago (e Jesus Cristo). glauber morto com corisco sambando em seu caixão europeu. glauber-mon-amour. Nastassia Kinsky. sou eu. de costas. quando no meu ombro nú, ele -

 - tocou.

Eu agrego


aos meus achados, esta Mô(ça) que tem um blog bem escrito!

Eu indico: ESTRIPITIZE-SE

Coyote nº 19

REVISTA COYOTE

Entrevista inédita de João Cabral de Melo Neto, feita em 1993, conto do norte-americano Donald Barthelme, traduções da poeta espanhola radicada no Paraguai, Montserrat Alvarez, e uma história em quadrinhos de Teo Adorno, com roteiro de Luiz Bras, são destaques do novo número da revista.

“Quando estava morando em Barcelona, tinha acabado de escrever e publicar a ‘Psicologia da Composição’ e estava certo de que não iria mais escrever poesia. (...) Tinha a impressão que havia chegado a um extremo tal de intelectualismo, por assim dizer, com a ‘Psicologia da Composição’, que não tinha mais sentido seguir naquele caminho." A revelação surpreendente de João Cabral de Melo Neto dá o tom da entrevista feita pelo poeta gaúcho Thomaz Albarnoz Neves, no outono de 1993 – um dos destaques da nova edição da revista Coyote.

Com sua linha editorial calcada na radicalidade e na diversidade de vozes e visões artísticas, Coyote 19 mostra também uma nova safra de poemas de Ademir Assunção e Annita Costa Malufe, a densa e atormentada dicção da poeta espanhola radicada no Paraguai, Montserrat Alvarez, em poemas traduzidos por Luiz Roberto Guedes, contos de Marcelo Maluf e Reni Adriano, poemas do norte-americano George Oppen (traduzidos por Ruy Vasconcelos) e da portuguesa Ana Luísa Amaral, além de quadrinhos da dupla Teo Adorno e Luiz Bras.

A revista apresenta ainda um conto do norte-americano Donald Barthelme (traduzido por Caetano Waldrigues Galindo) e ensaio fotográfico do londrinense Rogério Ivano.

Em seus sete anos de atividade, Coyote prossegue abrindo espaço para novos autores, resgatando e apresentando nomes importantes das letras e das artes, de épocas e lugares diferentes, instigando a reflexão e a criação literária. A revista é patrocinada pelo PROMIC (Programa Municipal de Incentivo à Cultura) da cidade de Londrina.

COYOTE é editada pelos poetas Ademir Assunção, Marcos Losnak e Rodrigo Garcia Lopes. Projeto gráfico de Marcos Losnak. Distribuição nacional (em livrarias) pela Editora Iluminuras.

COYOTE 19 // 52 páginas // R$ 10,00

Uma publicação da Kan Editora. Vendas em livrarias de todo o país pela Editora Iluminuras – fone (11) 3031-6161 (site: www.iluminuras.com.br). Pode ser adquirida também na internet pelo Sebo do Bac: www.sebodobac.com

Contatos: losnak@onda.com.br/rgarcialopes@gmail.com/zonabranca@uol.com.br
Fone: (43) 3334-3299 / (11) 3731-3281

Começa hoje...

FLAP 2009 - Festival de Literatura Alternativa


A FLAP 2009 é a quinta edição de um dos maiores festivais de poesia do Brasil. Neste ano, a FLAP reunirá poetas de língua espanhola, de diversas localidades e nacionalidades, e poetas brasileiros. Críticos literários acompanharão e participarão dos debates nos quais será discutida a poesia contemporânea, e o tema ‘‘Vinte Anos de Muro’’.

A FLAP começou em 2005 como um festival de poesia alternativo, tentando agrupar poetas de diferentes tendências e apresentar novos nomes no cenário das letras, mostrando que a poesia não era uma arte de poucos, mas de muitos.

A proposta original foi plenamente cumprida, e a FLAP tornou-se referência entre a geração mais nova de poetas brasileiros, e desde o ano passado é a principal referência brasileira entre os jovens poetas de toda a América Latina.

Para saber mais: http://www.casadasrosas-sp.org.br/

Flap 2009


PROGRAMAÇÃO DA FLAP 2009

ABERTURA

Dia 07 de julho, terça-feira (Casa das Rosas)
19 às 21h
Em lhe sendo pedido um poema de guerra, de W. B. Yeats
Com os poetas Alfredo Fressia, Ricardo Domeneck (participação virtual), Paulo Ferraz e Rafael Rocha Daud

Dia 08 de julho, quarta-feira (Livraria Cultura-Shop. Bourbon)
18h - Leitura
(Casa das Rosas)

14h - Mesa de Debate 1
A poesia pode derrubar um muro, ou “we have no gift to set a statesman right”?
Convidados: Annita Costa Malufe, Dirceu Villa, Amalia Gieschen

16h - Palestra sobre poesia concreta com Frederico Barbosa

18h - Leitura com os convidados

20h - Pós-palestra passeata poética até o ESPAÇO ZERO CULTURAL (para um sarau de poesia)

Dia 09 de julho, quinta-feira (Museu da Língua Portuguesa)
12h - Visita ao museu
13h às 14h – Intervalo para almoço
14h - Mesa de Debate 2


A pena está entre a cruz e a espada.
Convidados: Fábio Aristimunho Vargas, Luci Collin, Ámbar Past, Paulo Ferraz

16h - Leitura com os convidados da mesa de debate mais Simone Brantes e Fabiana Faleiros

Dia 10 de julho, sexta-feira (Casa das Rosas)
14h - Mesa de debate 3


Existe um muro entre a poesia e as outras linguagens? A poesia está encastelada no livro ou na palavra? Convidados: Ana Rusche, Dirceu Villa, Alejandro Méndez

16h - Leitura com os convidados

Dia 11 de julho, sábado (Espaço Satyros)
17h - Leitura com os convidados

Livraria Cultura (shopp. Villa-Lobos)
18h - Leitura com os convidados

Dia 12 de julho, domingo (Livraria Cultura Shop. Market-Place)
15h - Leitura com os convidados

(Casa das Rosas)
10h-16h - Oficinas de Criação

Literatura e Performance: arte de resistência
Dirigida por Diego Ramírez Gajardo

Durante esta oficina de escrita criativa se buscará armar uma arte de resistência a partir das poéticas de rebeldia que surgem entendendo que a arte passa pela biografia do próprio autor, e por todas as coisas, signos e lugares que o rodeiam, resgatando a busca a partir de diversas formas e linguagens literárias.
Trabalharemos com o entrecruzamento de fronteiras / diferenças / artes integradas / estéticas novas e a experimentação para aproximar-se da relação entre a escrita e a biografia. O que ocorre quando a página em branco se torna limitada para expressar-se numa arte mais política.
Apresentaremos autores chilenos contemporâneos que vêm trabalhando com seu corpo e com ações de arte na cidade como gesto poético, e convidaremos à criação de um texto coletivo e uma pequena ação de arte como finalização da oficina.

Laboratório de Poesia
Dirigida por Alejandro Méndez
(http://www.laboratoriopoetico.blogspot.com)
(enviar poemas para participação para alejomndz (arroba) gmail.com)

“El taller medieval es la base del taller literario y no ha cambiado. No ha cambiado ni el nombre. El taller de hoy se llamaría… quizás… laboratorio. En un laboratorio de poesía se trabajaría la materia en todas sus posibilidades. No se trata simplemente de repetir un objeto. Se trata de que haya una investigación de posibilidades formales a partir de lo que ese objeto es. Además, hay un concepto en juego que es el de anotación…Hay, por ejemplo, una obra de Marcel Duchamp que se llama Instantes dados, y en la cual la anotación va reconstruyendo la obra. Ese sería el taller de hoy: un auténtico laboratorio, un espacio en el que importa tanto la obra, el resultado, como el proceso.” – Eduardo Milán

17h - Leitura aberta

Dia 13 de julho, segunda-feira (Fábrica de Criatividade)
16h - Mesa de debate 4
Existe uma poesia popular e uma poesia erudita oponíveis?
Convidados: Balam Rodrigo, Camila do Valle, Pablo Paredes

18h - Leitura com os convidados

(Bar do Binho)
20h - Sarau

Dia 14 de julho, terça-feira
(Casa das Rosas)

18h - Mesa de debate 5
Que elementos fazem a poesia mais própria para derrubar um muro?
Convidados: Jessica Freudenthal, Diego Ramirez, Valeria Meiller

20h - Leitura com os convidados

21h - Encerramento
Acompanhe tudo por AQUI

domingo, 5 de julho de 2009

Eu quero é botar...

Zeca Baleiro, Luiz Melodia, Márcia Castro e Jards Macalé

"... meu bloco na rua...
brincar, botar pra gemer...
eu quero é botar meu bloco na rua...
gingar, pra dar e vender..."

Quem esteve ontem no Sesc Pinheiros, com certeza, teve vontade de subir ao palco na última canção do show em homenagem ao maldito Sérgio Sampaio.

Eu estava lá, mas não subi... mas se produção tivesse se distraído... eu ia lá cantar junto: "eu quero é botar... O MEU BLOCO NA RUA! " com o coração aberto e a voz solta sem medo!

O show original tá aqui (e esta cabeluda pulando na platéia, bem que poderia ser eu)...

p.s. Luiz Melodia foi show e botou pra quebrar!

sábado, 4 de julho de 2009

Lançamento

PROJETO VIDEORECEITA.COM

No começo, este moço do meio, chamado Ciro William (que por sorte é meu marido) teve uma idéia brilhante. Bom cozinheiro que era, bom diretor que sempre foi, acreditou que podia fazer tudo isto em frente às câmeras de vídeo e ensinar ao mundo que cozinhar não é só uma arte e sim um aprendizado de prazer.

E, como a vida é feita de laços (principalmente os de respeito, admiração e amizade) ele chamou duas pessoas do mercado pra jogar no mesmo time e marcarem muitos gols juntos.

A Luciana Tierno (que cuida da assessoria de impressa através da TIERNOPRESS) é a Diretora Executiva e o André Graziano (também sócio do restaurante Falek - Falafel e Kebabs) é o Diretor de Marketing.

Esta sociedade (ilimitada) lança em primeira mão, um portal de gastronomia onde a cozinha não mete medo em ninguém. Com o lema: "A boa mesa ao alcance de todos!" eles vieram para agitar as panelas e já estão agitando o mercado!

Em parceria com a maior revista de gastronomia do Brasil, a PRAZERES DA MESA, estão lançando oficialmente o projeto VIDEORECEITA.

No site (beta) http://www.videoreceita.com/ você irá descobrir que a cozinha é um espaço que dá pra chamar de seu. Descobre que não precisa ser profissional pra fazer aquela comida que fica uma delícia e que todo mundo quer saber qual é o segredinho. E, melhor ainda... dá pra ver tudo no vídeo de um minuto e imprimir a receita e fazer bonito!

Portanto, a partir de agora, não tem mais desculpa!

Seja um(a) chef de respeito!

Aprenda todas as dicas de cozinha e se prepare pra fazer coisas que até sua mãe vai sentar pra ver (e pra comer)!

Passa lá no site pra conferir: http://www.videoreceita.com.br/

Confira o vídeo de lançamento:

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Cruel

Tributo a Sérgio Sampaio

Quinze anos após sua morte, o compositor Sérgio Sampaio - autor do sucesso Eu Quero é Botar meu Bloco na Rua - é homenageado em São Paulo em show que reúne Jards Macalé, Luiz Melodia, Márcia Castro e Zeca Baleiro.

Considerado um dos grandes compositores da música popular brasileira nas décadas de 70 e 80, o capixaba nascido em 1947 será homenageado por ex-colegas e fãs confessos, que interpretarão músicas suas - conhecidas e inéditas.

Alguns já gravaram alguma música sua, como Luiz Melodia, que gravou Que Loucura! e dividiu os vocais com ele em Doce Melodia, composta por Sérgio especialmente para o Negro Gato. Márcia Castro gravou Em Nome de Deus, de Sampaio, e Baleiro é responsável, por meio de seu selo Saravá Discos, pelo lançamento do disco póstumo do artista, Cruel. E ainda planeja relançar, até o fim do ano, seu último disco, "Sinceramente", em CD.

Sampaio, nascido em Cachoeiro do Itapemirim, foi descoberto por Raul Seixas e conquistou fama com a interpretação de seu hoje clássico "Eu Quero é Botar meu Bloco na Rua", no VII FIC (Festival Internacional da Canção) de 1972. O sucesso da música colocou o artista em evidência e fez o compacto, hoje item de colecionador, vender 500 mil cópias. A carreira do cantor, no entanto, não manteve esse mesmo sucesso e Sampaio faleceu em 15 de maio de 1994, vítima de uma pancreatite.

O evento promove também no sábado, 4/7, às 14h, um bate-papo com entrada franca com o músico e pesquisador carioca Rodrigo Moreira, autor da biografia "Eu Quero é Botar meu Bloco na Rua".

REPERTÓRIO
Jards Macalé: Velho Bandido, Cala a Boca Zé Bedeu, Rosa Púrpura do Cairo, Polícia Bandido Cachorro Dentista;

Luiz Melodia: Que Loucura, Cruel, Leros, Boleros, Meu Pobre Blues, Quero Encontrar um Amor;

Márcia Castro: Em Nome de Deus, Diabo no Corpo, Foi Ela, Odete;

Zeca Baleiro: Tem que Acontecer, Não Adianta, Nem Assim, Não Tenha Medo, Não, Roda Morta;

Bis/Todos Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua.

Apresentação:
CRUEL - UMA HOMENAGEM À OBRA E À VIDA DE SÉRGIO SAMPAIO
4 e 5 de julho, sábado, às 21h e domingo, às 18h
R$ 15 a R$ 30
SESC Pinheiros, Teatro Paulo Autran
Rua Paes Leme, 195
Tel: 0/xx/11/11 3095-9400

EU QUERO É BOTAR MEU BLOCO NA RUA: A BIOGRAFIA DE SÉRGIO SAMPAIO
Bate-papo com Rodrigo Moreira, músico, pesquisador e biógrafo do Sérgio Sampaio, autor do livro "Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua".
4/7, sábado, às 14h
1h30
Auditório - 3º andar
Retirada de Ingressos pelo sistema INGRESSOSESC, a partir de 25/06.
Grátis

O branco da história...

Rodrigo de Souza Leão (4 Novembro 1965 – 2 Julho 2009)

O mundo fica mais pobre quando um poeta morre.

Ainda mais, quando este poeta era novo e um dos melhores da safra contemporânea (ainda que achasse que nele, a poesia estava seca).

Ele era esquizofrênico declarado e a sua prosa era alucinante. Tentava "guardar o sol em sete partes" e tinha amigos imaginários como Baudelaire e Rimbaud.
Matava um leão por dia e de lirismo se esbaldava.

Parada Cardíaca.
O coração partiu e sossega-leão nele não poderão mais aplicar. O poeta agora, descansa em branca paz.

"Todos os cachorros são azuis" está uivando pelo seu narrador e nós, por aqui, nos despedimos.

BRANCO
"Muito marfim. Esporra. Nuvem. Branco sobre branco. Um quadro de Picasso. Neve. Uma tela de computador em branco. Um grão de areia da praia W. Branco sobre branco. A pele caucasiana de virgens francesas. O branco dos olhos. Do dente. Do pâncreas. Da extremidade das unhas. O branco da barriga da baleia. Do urso polar. Branco sobre branco. Açúcar. Cocaína. Mármore. Todo o branco do mundo. Toda população branca. A tecla branca do piano. A teta branca. O branco das rosas. Das tulipas. Da mortalha. Do algodão. O peão do jogo de xadrez. Branco do banco branco. Onde sentada, as ancas brancas expelem cupidos brancos anjos de asas brancas. Da pele branca da cor de santo. O branco das garças. De algumas gaivotas que comem o infinito e mastigam o branco dos cabelos da aurora. O branco das galáxias. O branco que não tem nada a dizer. O branco da memória. O branco da história. O muro branco. O elefante branco. O rinoceronte branco. A cobra branca. Os albinos. O branco das noivas. Das lápides. Do lápis. Do cavalo branco. Do hamster. O álbum branco dos Beatles. O terno branco do pai de santo. Cocada. O branco do luto. Da vaca branca. Da magia. O branco da pelúcia do boneco. Ouro branco. Diamante branco. A casa branca. Branca de neve. O origami branco. O branco dos neurônios. Velas acessas. Cera. Sírios. A guitarra branca de Hendrix. O branco dos médicos. Da enfermeira. Da camisa de força. O branco das bombas nucleares. O cogumelo branco. As espumas das ondas. Milk shake de baunilha. Pão branco. O branco da folha de papel. O branco das zebras negras. O branco do cordão umbilical explode em várias cores. Nasce o negro também. O negro das zebras brancas. Tudo sendo engolido por um buraco negro. Tudo sendo regurgitado. O branco do leite. Do vômito."
Ùltimos escritos: Lowcura

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O ator imaginário


se eu não tivesse tanto medo do palco... eu já estava lá!
27 a 31 de julho de 2009 (Segunda a Sexta)
das 10h às 17h (1h de intervalo)


Descrição do curso
O Ator Imaginário é um Método que prioriza a Ação. Foi desenvolvido por Christian Duurvoort ao longo de mais de 25 anos de atividade como ator, diretor e pesquisador. Mudar hábitos culturais e corporais desenvolvidos ao longo de anos é complexo, mas é o que o diretor pede para o ator fazer. E o que ator obsessivamente busca para dar corpo a um conjunto de idéias compreendidas no roteiro. Isto requer muita flexibilidade e imaginação. O processo criativo é um processo de aprendizagem. Desde a infância aprendemos pelo físico, pelo tato, pela experimentação e depois pela análise. Recuperar e desenvolver a capacidade de aprender pela experimentação é o que propõe o Método.

O objetivo do curso é abordar a técnica de interpretação e de preparação de atores no cinema ensinando o aluno a economizar tempo, desenvolver uma estratégia, diminuir o desgaste e manter o fluxo criativo.
Rua Dr. Gabriel dos Santos, 142 - Higienópolis - São Paulo +55(11) 3826 7883 info@aicinema.com.br

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Dos dragões



Pra ele, me guardo. Ria de mim, mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro O Verdadeiro Amor. Cuidado comigo: um dia encontro.

- Caio F. Abreu in “Os Dragões não Conhecem o paraíso”.

Arte em tudo


Visito sempre, pois acho um luxo: COSACNAIFY

Ovo Pochè



Touché!

Quando eu era criança brincava com meu irmão de espadachins e mosqueteiros. Claro, que eu era um dos famosos (ou os três!) e invariavelmente nos dias frios minha mãe queridona nos alimentava com ovo poché no caldinho de feijão...

Ai ai que a lembrança daqueles instantes me enche a vida de prazer...

E, agora, Freud deve saber explicar, com certeza, meu marido adorável prepara estas e outras iguarias para mim e para o mundo inteiro.

Aprenda você também, a fazer com ele, visite o site: www.videoreceita.com

Tem de tudo lá... corre já pra aprender!