JC – Você diz que “a memória é uma ilha de edição”, explique melhor essa expressão.
Waly Salomão – Já acompanhei diversas ilhas de edição na minha vida, sei como elas funcionam. A memória é mesmo isso. Sou contra essa história de esconder o que se fez no passado. Colocar para debaixo do tapete o desbunde. Como também de ter uma atitude apenas progressista, de só olhar para o futuro, esquecendo assim o passado. Há pouco tempo, por exemplo, viajei à Síria, que é a terra do meu pai, para saber mais sobre minha história. Adriana Calcanhoto, que já musicou e gravou poemas meus, comprou a minha coletânea e me ligou dizendo que iria fazer show em Portugal e que leria o meu poema Operação Limpeza, no qual falo dessa coisa da língua portuguesa de se orgulhar de ter a palavra saudade no seu vocabulário, quando o Brasil é uma nação ainda em formação, muito jovem. E falar de saudade nessa crise que o Brasil vive é complicado. Somos muito jovens para nos orgulharmos da palavra saudade...
MERGULHANDO EM NORONHA
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Acabo de voltar de Fernando de Noronha, uma viagem de 4 dias a convite do
festival Literarte, organizado pela administração de Fernando de Noronha,
com...


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