Poema antigo, de amigo antigo, cheio de antiguidades. Em 1993 eu achava que o mundo podia ser conquistado (por mim, é claro). Eu era moça de muitos achismos, de muitas letras e de muitos sonhos quase impossíveis. Com o tempo, a gente descobre que o mundo não pode ser conquistado (por nenhum de nós, é claro). E, o que fica guardado é um monte de escritos, um monte de rabiscos e algumas tatuagens na alma. Hoje eu sei, que nada sabia... Mas, naquela época, eu acreditava cegamente que um dia saberia, que seria, e que faria toda a diferença...
Agenda antiga serve pra dar um banho de verdade na gente!
Daqueles tempos, um poema do meu amigo (que era outro, que seria, que podia e que até hoje não acredita que é ...)
NOVAS BORBOLETAS
E as novas borboletas se vão com suas vidas quinzenais
e ficamos nós, com nossas décadas de insensibilidade
nossas eternas pretensões de seres imortais.
As borboletas morrem com seu colorido irracional
e nós permanecemos com nossa opacidade
com nossa racionalidade anormal .
Quisera que tivessemos tão curto tempo proveitoso
antes desse magote de tempo vago
dias sem cores, egoísmo suntuoso.
Mas, morreremos
... como as borboletas...
Gil Silva, 12/11/1993
Um comentário:
Das poucas vantagens da idade, além de ter vaga exclusiva em estacionamentos e não enfrentar filas nos bancos para pagar as contas, é a de se descobrir que nada sabemos, que nada dominamos, que a vida é bela quando somos jovens exatamente por não saber disto. Parabéns pelo texto e pelo blog
Beijo
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