quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Rasuras


Eu acompanho o trabalho da Edith Derdyk há algum tempo e toda esta produção dela em papel em branco me inunda de significados poéticos. 

Eu escrevo muito, mas confesso, por aqui mostro pouco. Porque com o tempo a gente aprende que uma vez na internet, nada pode ser salvo. Portanto, eu me sinto segura, tendo minhas coisas guardadas. 

Assisti um filme esta semana e saí de lá pensando "quando você não é ninguém, você pode ser alguém!". Pode soar estranho, aforismo construído, mas não é. A sensação que tive é que na internet a gente se expõe (involuntariamente ou conscientemente) e muitas vezes isto é bom e em outras não é.

Aqui em casa, eu sou a exibida (tenho orkut, facebook, twitter e blog e freqüento todos me expondo cruamente, como diria Drummond) e o marido é um monge (só existe para as pessoas reais que realmente o conhecem). 

Por isso, mesmo me expondo, resguardo minhas letras... porque tenho certeza, meus contos, poemas, textos e cartas me desnudam muito mais do que meras impressões que tenho da vida, dos filmes, dos livros, que cito, posto, comento. Quando alguém lê as palavras que você deitou no papel essa pessoa tem que ser íntima, tem que ser sua confidente, para que você possa abrir seu livro sem medo...

Por isso, por aqui e por aí onde estou virtualmente tudo o que tenho são folhas de papel em branco, tingidas apenas com um blush... com poucas impressões sobre o que capto, porque o real, a real, eu deixo para mostrar ao vivo...

Assim sendo, hoje não sendo ninguém, um dia uma alguém serei.

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