Paris.
Eu já sonhei com Baudelaire, desenhando sob minha pele suas Fleurs Du Mal. Sob o efeito do ópio escreveria linha por linha em cada osso da minha delicada costela "Ma pauvre muse, hélas! qu'as-tu donc ce matin?".
Com Marcel Duchamp eu poderia reinventar a arte, sem medo. Em Paris, eu criaria, eu sei.
Em Paris, o perfume que uso faria mais sentido J'Adore de Dior (para a mulher confiante e sensual, que celebra a sua feminilidade. suas notas combinam mandarim, hera, violeta, rosa, damasco e amora silvestre ) eu não passaria despercebida, eu seria sentida...
Le fabuleux destin d'Amélie Poulain, não seria só o meu filme preferido, eu seria a própria Amélie. Encantada, encantaria e escreveria cartas lindas para Jean-Pierre-Jeunet.
Eu tiraria férias na Vieux-Nice e usaria echarpe para segurar meus cabelos que o vento teimaria em desmanchar todo...
Matisse não estaria morto e poderia me colorir, se quisesse, porque musa dele eu seria, sem falsos pudores...
Também sem pudor, leria Anais Nin e imaginaria, não sei bem ao certo o quê, mas imaginaria muito, tenho certeza.
Talvez sonhasse em me casar na Catedral de Notre-Dame com festa no Palácio de Versalhes.
Passaria tardes inteiras, lendo nos charmosos cafés e a noite me embriagaria com Veuve Clicquot brincando e brindando com as luzes da Torre Eiffel.
Viveria a margem do Rio Sena, alugaria atêlie e voltaria a pintar.
Rodin, ah Rodin... eu imagino cada lasca de pedra, cada novo mistério...
Mudaria meu nome para Charlotte ou Sophie, assim, fácil.
Mudaria meu nome para Charlotte ou Sophie, assim, fácil.
Medos privados em lugares públicos ...
Eu tiro letra de Pedra, porque o Letreira nasceu em Paris. Mas eu, Sônia Alves Dias, nasci na Lapa e ainda estou esperando um trem para as estrelas...
"Desiludido com o que me tornei, mas sou o que sou"
2 comentários:
Você sabia que no Brasil existiu campo de concentração antes da 2ª guerra mundial. Ver em:
http://valdecyalves.blogspot.com/2010/10/caminhada-da-seca-de-senador-pompeu-em.html
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