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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Para mim, para ti.



Se você adora teatro, como eu, e não conhece o projeto Teatro para Alguém... está perdendo tempo a toa...


"O Grupo de Teatro Para Alguém é o primeiro grupo de teatro brasileiro a produzir espetáculos especialmente para a internet, no site www.teatroparaalguem.com.br, onde também são apresentados trabalhos de outros grupos selecionados por uma curadoria.

Criado pela atriz Renata Jesion e pelo diretor de fotografia Nelson Kao, o grupo convida diversos artistas e grupos renomados para participarem de suas produções.

Desde 2008, o TPA já transmitiu ao vivo mais de 40 peças inéditas, AO VIVO, e hoje disponíveis gratuitamente para acesso a qualquer hora. O trabalho inédito motivou dezenas de reportagens e levou o site à indicação ao 22º Prêmio Shell de Teatro de São Paulo 2009, na Categoria Especial, “pela iniciativa de criação cênica via internet”.

Olha só que genial: TEATRO PARA ALGUÉM

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Faço, desfaço, refaço

Repertório Teatro Essencial de Denise Stoklos
dias 26, 27 e 28/11


Louise Bourgeois
grupo: Companhia Denise Stoklos - texto: Louise Bourgeois - tradução, adaptação, direção e atuação: Denise Stoklos

Louise Bourgeois: faço, desfaço, refaço é um espetáculo com textos e cenários da artista mundialmente aclamada, francesa de nascimento mas naturalizada americana, em que a atriz e dramaturga Denise Stoklos retrata seus pensamentos publicados em diversos livros e entrevistas, na primeira pessoa. Os ensaios foram realizados na sala de estar de Louise Bourgeois, que assim pôde conceber e realizar os componentes cenográficos e dar seu assentimento pessoal à encenação. Sexta e sábado, às 21h; domingo, às 20h - Ingressos: R$ 20,00 (retirada de ingressos: duas horas antes de cada sessão) - preço popular (retirada de apenas um ingresso por pessoa): todos os dias para 20% da lotação da sala (R$ 2,55) mediante a apresentação da Carteira de Baixa Renda e RG, conforme lei nº 11.357/93 - Espaço Cênico Ademar Guerra

domingo, 7 de novembro de 2010

Valsa n 6


MOCINHA
(aumentando progressivamente a voz, até ao grito)
Sônia!... Sônia!... Sônia!...

(para si mesma)
Quem é Sônia?... E onde está Sônia?

(rápida e medrosa)
Sônia está aqui, ali, em toda a parte!

(recua)
Sônia, sempre Sônia...

(baixo)
Um rosto me acompanha... E um vestido... E a roupa de baixo....

(olha para todos os lados; e para a platéia, com meio riso)
Roupa de baixo, sim,

(com sofrimento)
diáfana, inconsútil...

(com medo, agachada numa das extremidades do palco)
O vestido que me persegue... De quem será, meu Deus?

(corre, ágil, para a boca de cena. Atitude polêmica)
Mas eu não estou louca!

(lá cordial)
Evidente, natural!... Até, pelo contrário, sempre tive medo de gente doida!

(amável e informativa, para a platéia)

No tempo de mamãe usava-se espartilho, róseo e de barbatana.

(frívola)
Mamãe está chorando.. . Papai, ao lado, nervosíssimo!

(novamente apavorada)
Mas que foi que aconteceu, ora essa?
Na minha família — e graças a Deus — nunca houve um caso de loucura...

(grita, exultante)
Parente doido, não tenho!

(sem exaltação, humilde e ingênua)
Só não sei o que estou fazendo aqui...

(olhando em torno)
Nem sei que lugar é este.

(recua, espantada; aperta o rosto entre as mãos)
Tem gente me olhando!

(olha para os lados e para o alto. Lamento maior)
Meu Deus, por que existem tantos olhos no mundo?

(sem transição, frívola e cordial)
Depois eu me lembro de tudo o que fui, de tudo o que sou. 
 
Descubra Sônia aqui, na  Valsa n.6 de Nelson Rodrigues.