Data: |
terça, 18 de maio de 2010
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Hora: |
20:00 - 23:00
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Localização: |
BAR EXQUISITO
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Rua: |
RUA BELA CINTRA,532, CONSOLAÇÃO
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Cidade: |
São Paulo, Brazil
CONVERSAS COM EMILY DICKINSON E OUTROS POEMAS ( SELO ORPHEU/MULTIFOCO)
"Temos, nesse Conversas com Emily Dickinson, o encontro entre uma poeta (1830-1886) que não se entrega fácil, buscando o inefável numa dicção elíptica, quase balbuciante (a gramática normativa tem muito que aprender com a poesia pura), em imagens onde a natureza é mística – nunca religiosa – e um poeta que, ao contrário, convoca todos os espectros, objetos, presenças pesadas da cidade que ele atravessa em seu passo único, essencial para ir além do construído e chegar ao real, isto é, ao sentido até então oculto daquilo que parecia ser tão raso não fosse a poesia e seu olhar de microscopista. Entre o que emana da norte-americana do século XIX e o que vocifera no brasileiro do início do século XXI há convergências que só a poesia conhece. E o leitor de poemas, naturalmente, identifica.
Marcelo Ariel é um jovem – para a literatura feita de lirismo, 42 anos é juventude – que brotou do chumbo no ar da realidade dura na qual sobreviveu com uma luta nada lírica, e que chegou até o território da selvagem sabedoria de resgatar-se e à sua humanidade pela palavra, amadurecendo, assim, bem antes do previsto. Seu verso é sua cachaça (o crítico pede licença para parafrasear Drummond). E nele ele pode entregar o máximo do que carrega e daquilo que igualmente o carrega – embora sem calá-lo –: “preferindo os tormentos / do espírito como vícios / que nenhuma razão desintegra.”
Emily Dickinson encontrou um interlocutor capaz de escutá-la e de lhe dizer. Cabe a nós, leitores de ambos os poetas, a coragem de entregar-nos à emoção que esse testemunho, através deste livro, nos causa. Meu conselho: faça como eu. Mesmo atingido, desde o 56o verso, pela força enorme da expressão, continuei em frente, até o fim. E terei ainda forças de recomeçar, pela releitura."
Paulo Bentancur
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DÉCIMA SEGUNDA CANÇÃO IMPRONUNCIÁVEL
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Árvores corcundas
em um jardim
de escuros.
Onde os dedos;
não, onde os olhos;
não, onde os lábios;
não, onde o onde
sereias ou morteiros
br...
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