segunda-feira, 1 de março de 2010

Apaixonite aguda


Quando eu era moça-menina eu me apaixonei por muitos moços-meninos. Escrevia até em porta de guarda-roupa, com versos antigos de tempos ginasiais. Chorava copiosamente, lendo romances baratos de banca de jornais, pois achava que os meus amores eram de cinema. Nesta época, bom que se saiba, eu nem beijo na boca nunca havia dado. Mas me sentia, apaixonada, e isto pra mim bastava.

O tempo passou e eu me apaixonei de verdade, mas não foi por moço bonito de beira de estrada, não. Eu me apaixonei pelo Nego Dito, pelo danado do Itamar Assumpção. E quando ele cantava APAIXONITE AGUDA, eu tinha certeza: ERA PRA MIM que ele olhava.

Bem, ele partiu e eu chorei como se houvesse perdido um amor. E, quando o descubro assim, ainda vivo por aí, eu me emociono, de verdade.

Lá na Casa de Francisca, vamos nos ver...



Apaixonite Aguda

Itamar Assumpção


Quando estou longe
Quero ficar perto
Quando estou perto
Quero ficar dentro
Quando estou dentro
Quero ficar mudo
Quando estou mudo
Quero dizer tudo

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