“Seu querido Duchamp planeja um ensaio sobre a miniaturização como um dispositivo de fantasia. Trata-se de um texto que parece ter sido concebido como continuação de um velho projeto de escrever sobre ‘A nova Melusina’ de Goethe (em Wilhelm Meister), que fala de um homem apaixonado por alguém que é, na realidade, uma pessoa diminuta a que temporariamente foi concedida uma estatura normal e que, sem saber, carrega consigo uma caixa contendo o reino em miniatura do qual ela mesma é a princesa. No conto de Goethe o mundo fica reduzido a algo colecionável, um objeto no sentido mais literal. Assim como a caixa no conto de Goethe, um livro não é apenas um fragmento do mundo, mas um pequeno mundo em si mesmo. É como se, para Duchamp, o livro fosse uma miniaturização do mundo que o leitor habita.”
DÉCIMA SEGUNDA CANÇÃO IMPRONUNCIÁVEL
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Árvores corcundas
em um jardim
de escuros.
Onde os dedos;
não, onde os olhos;
não, onde os lábios;
não, onde o onde
sereias ou morteiros
br...
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