sábado, 1 de maio de 2010

Singles


Acabei de assistir (no canal A&E) o filme antigo SINGLES (de 1992) do Cameron Crowe (que gosto desde que assisti ALMOST FAMOUS) há muitos e muitos anos atrás.

Já fui Linda Powell, do filme, devo dizer antecipadamente. E quando o Steve ao pedi-la em casamento, tem que ouvir os tantos será daquela moça, ele para tudo e diz "ei, deixa de ser racional e diz o que o seu coração está sentindo. você tem medo de arrumar alguém que te queira de verdade..." eu me senti a própria protagonista daquela estória em grande parte da minha vida.

Não sou moça de pouca idade não, e já tomei muitas estradas nesta vida. Algumas não deram em lugar nenhum, outras em compensação fortaleceram a pessoa que hoje sou. A vida inteira tive medo de dizer sim. Até que o marido chegou (de uma forma mágica que depois eu conto por aqui) e me convenceu de que eu era dele, e que ele me amaria (não eternamente) mas enquanto a gente quisesse o bem do outro, e que eu não precisaria mais ter medo nunca, de nada. 

Naquele momento, bem triste da minha vida, diga-se de passagem (quando meu pai partiu para as terras do sem fim) ele foi mais do que um amor, ele foi meu amigo e nunca desistimos um do outro. 

SINGLES, me trouxe de volta um pouco de mim. Aquela eu, que já fui. Esta eu, que hoje sou. As vezes, me estranho, brigo comigo, nem me olho no espelho. Mas, sei que sou melhor do que já fui. Sou mais preocupada com o sentimento alheio, sou mais cuidadosa com meus quereres, sinto-me mesmo uma doadora universal de bem querer (sem pieguices).

Tenho medos ainda, muitos, tantos que nem dá para numerá-los. Mas, a gente descobre que a vida acontece um pouquinho de cada vez. E, assim, vamos balizando tudo o que sentimos, o que queremos e o que esperamos.

Tem uma cena muito legal do filme, onde o Steve sentando dentro de uma cabine telefônica (num show de rock) diz pra Linda tudo o que ele sente (tudo o que ainda não tivera coragem de dizer). No final, o recado da secretária eletrônica nunca é ouvido, porque a fitinha (naquela época era assim!) enrosca e quando ela chega, a mensagem está perdida.

 " Linda, eu quero dizer que eu não queria me casar com você porque você estava grávida, eu queria me casar porque eu te amo... e eu quero ser novo para você... eu quero te dizer que você é minha... e eu quero ser sempre novidade na sua vida..."

Não vou contar o resto, até porque, a fitinha enroscou e eu também. Mas, vale a pena rever. O filme é bem bom pra gente se situar na história, nas escolhas que fazemos .

p.s. 
se você gosta de Friends(como eu!) saiba que a origem vem do filme do Cameron (que não virou série, mas que foi copiada pela produção)

p.s. do p.s. 
se você gosta do Chris Cornell (como eu!) vai adorar a participação dele, cantando ainda novinho e já mostrando aquele bigodinho nonsense e aquele vozeirão que me seduz sempre que apago a luz.

p.s. do p.s. do p.s. (fim) 
♫  a trilha é grunge do começo ao fim  e tem Pearl Jam   o Soundgarden e o adorável Smashing Pumpkins  



* * *
SINOPSE
Seattle, início dos anos 90. Várias histórias paralelas sobre jovens no começo da vida adulta, que estão preocupados em se firmar em suas carreiras e, principalmente, em encontrar o amor. O filme mostra diversos moradores de um mesmo prédio, que freqüentam a mesma cafeteria. Um deles é Steve Dunne (Campbell Scott), que conhece Linda Powell (Kyra Sedgwick) em um show de rock e aos poucos se apaixonam. Também é focado o relacionamento deles e a de amizade de Steve com Janet Livermore (Bridget Fonda), outra moradora do prédio, que quer conquistar um vizinho, Cliff Poncier (Matt Dillon), um roqueiro. Na verdade ela tem um envolvimento com ele, mas Cliff insiste que seja uma "relação aberta" e isto não agrada muito Janet, que está obcecada por Cliff e pensa em fazer um implante para aumentar os seios, pois acredita que isto agradará Cliff. Paralelamente Debbie Hunt (Sheila Kelley) anseia tanto por achar alguém que produziu um vídeo com alguns efeitos que lhe sirva como apresentação para futuros pretendentes.


Um comentário:

Juan Moravagine Carneiro disse...

Confesso que assisti este filme há uns anos atrás...uma bela trilha sonora...aliás tenho a mesma em vinil.

Fiquei feliz em me lembrar deste filme..rsr.s...!