Aloisio e Maria Alves Dias (1974)
No final dos anos 60 meu pai era um moço da Jovem Guarda (na verdade, ele era o próprio Rei)!
Em 1968, quando encontrou minha mãe pela primeira vez, se apaixonou pela bela moça de cabelos longos negros. E, a moça, se encantou com o "branquinho" de olhos azuis, que vestia calça roxa boca de sino, camisa amarela de gola rulê e que trazia os cabelos loiros cacheados na altura dos ombros.
Foi um encontro faiscante, porque meu pai era uma brasa, mora ?
Enquanto eu crescia, ouvi muitos discos do Roberto Carlos passar pela vitrola. O de capa azul, com o rei numa gôndola, num festival de San Remo, existe até hoje nos guardados da minha mãe e eu ainda me lembro como se fosse hoje " Un gatto nel blu ecco che tu ... Spunti dal cuore mio caro amore ... Fra poco sarai negli occhi miei ... Lacrima chiara de primavera..." . Acreditem, eu cantava esta canção gritando... com agudos altíssimos, acho até que os gatos fugiam pelo telhado quando ouviam a introdução desta melodia, porque eu me achava a própria bambina da canção.
Quando meu pai morreu, ao descerem o caixão, todo mundo se despediu dele cantando "porque agora um amor sincero eu encontrei e a este amor meu coração todinho entreguei, por isso eu sei que nunca mais eu vou viver sempre a chorar... e ao mundo inteiro então eu vou poder gritar.... eu amo, eu amo demais... eu amo".
Bem, esta era a música que ele cantava pra minha mãe, que celebrava o amor deles e que aprendemos a letra de tanto ouvir minha mãe cantando e assoviando no tanque, enquanto explicava os caminhos daquele amor.
Roberto Carlos, para mim, não é o cara famoso que canta no final do ano na globo. Roberto para mim, nem existe nestas canções de óculos, caminhoneiros, gordinhas e magrinhas. Roberto Carlos é o meu passado, e ele canta meu pai e sua passagem pelo tempo.
A serenidade, o olhar tal qual leite morno, a risada singela sem muitas galhofas e carnavais , a voz em tom baixo e as tantas emoções que ele deixou pelo caminho, me fazem sempre lembrar do "meu querido, meu velho, meu amigo... "
Ei, assim não vale... foi só escrever deste tantão de coisas, de lembrar de 30 anos de vida, foi só foi olhar o vídeo abaixo que a cachoeira (talvez não do Itapemirim) despencou na minha face. Tem como fingir, como dizer, que Roberto Carlos não marcou nossa vida ? Tem não, gente... tem não.
Tem como dizer, que Milles Davis, João Gilberto e tantos outros geniais deixaram mais lembranças em mim do que o Roberto da Jovem Guarda ? Tem não, gente... tem não.
Podem me chamar de brega, dizer que sou piegas e me rotularem com palavras pueris, mas o Roberto Carlos lá na casa do meu Pai, sempre foi Rei e só ele conta e canta sobre as nossas histórias pelas estradas de santos, sobre amigos e portões, sobre nossas dores e nossos amores e sobre a nossa despedida.
Portanto, EU estarei lá, na OCA, me lembrando dele... dos filmes, dos discos, das letras e de todos os anos vividos e dos imaginados!
Pai, esta é pra você!
Meu querido , meu velho, meu amigo.
Roberto Carlos
Esses seus cabelos brancos, bonitos, esse olhar cansado, profundo
Me dizendo coisas, num grito, me ensinando tanto do mundo...
E esses passos lentos, de agora, caminhando sempre comigo,
Já correram tanto na vida,
Meu querido, meu velho, meu amigo
Sua vida cheia de histórias e essas rugas marcadas pelo tempo,
Lembranças de antigas vitórias ou lágrimas choradas, ao vento...
Sua voz macia me acalma e me diz muito mais do que eu digo
Me calando fundo na alma
Meu querido, meu velho, meu amigo
Seu passado vive presente nas experiências
Contidas nesse coração, consciente da beleza das coisas da vida.
Seu sorriso franco me anima, seu conselho certo me ensina,
Beijo suas mãos e lhe digo
Meu querido, meu velho, meu amigo
Eu já lhe falei de tudo,
Mas tudo isso é pouco
Diante do que sinto...
Olhando seus cabelos, tão bonitos,
Beijo suas mãos e digo
Meu querido, meu velho, meu amigo
Roberto Carlos
Esses seus cabelos brancos, bonitos, esse olhar cansado, profundo
Me dizendo coisas, num grito, me ensinando tanto do mundo...
E esses passos lentos, de agora, caminhando sempre comigo,
Já correram tanto na vida,
Meu querido, meu velho, meu amigo
Sua vida cheia de histórias e essas rugas marcadas pelo tempo,
Lembranças de antigas vitórias ou lágrimas choradas, ao vento...
Sua voz macia me acalma e me diz muito mais do que eu digo
Me calando fundo na alma
Meu querido, meu velho, meu amigo
Seu passado vive presente nas experiências
Contidas nesse coração, consciente da beleza das coisas da vida.
Seu sorriso franco me anima, seu conselho certo me ensina,
Beijo suas mãos e lhe digo
Meu querido, meu velho, meu amigo
Eu já lhe falei de tudo,
Mas tudo isso é pouco
Diante do que sinto...
Olhando seus cabelos, tão bonitos,
Beijo suas mãos e digo
Meu querido, meu velho, meu amigo
Se você também tem alguma história com o Roberto, seja sem vergonha, e apareça!
* * *
Instalada na Oca, no Parque do Ibirapuera, a mostra conta com a curadoria de Marcello Dantas e reúne muitos objetos pessoais de Roberto Carlos como troféus, peças de roupas e discos de ouro. Há também diversas instalações com vídeos, entrevistas e estações para ouvir todo o catálogo musical do Rei. A interatividade é a marca registrada dessa amostra, os visitantes poderão cantar em um karaokê e até mixar músicas do rei.
de 3ª a dom., das 10h às 21h
R$20 (às terças e quartas R$5)
até 09/05
Oca
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Parque Ibirapuera - Portão 03
de 3ª a dom., das 10h às 21h
R$20 (às terças e quartas R$5)
até 09/05
Oca
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Parque Ibirapuera - Portão 03
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